Abstract:
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A atividade física realizada no ambiente escolar pode apresentar benefícios para promoção da
saúde e qualidade de vida. Porém, a disposição de adolescentes para a prática regular de
atividade física, tanto no ambiente escolar como em outros ambientes, tem sofrido uma
grande redução, tendo em vista o aumento da idade, principalmente na fase de transição da
infância para adolescência O objetivo desse estudo foi verificar a associação entre
participação nas aulas de Educação Física com o crescimento físico e maturação biológica de
adolescentes de uma cidade do sul do Brasil. A amostra foi composta por 838 adolescentes de
ambos os sexos, dos quais 54,2% eram do sexo feminino e 45,8% do sexo masculino, com
idades entre 14 e 19 anos matriculadas no ensino médio. Como variável dependente foi
avaliada a frequência semanal de participação dos estudantes nas aulas de Educação Física,
onde foi constatado que a maior parte dos adolescentes participava das aulas de Educação
Física (93,3%). Como variáveis independentes foram utilizados os indicadores de crescimento
físico e maturação sexual. A massa corporal e a estatura foram mensuradas conforme as
recomendações da literatura (STEWART et al., 2011), e a partir dessas duas medidas
calculou-se IMC por meio da fórmula: massa corporal(kg)/ estatura(m)². A maturação sexual
foi avaliada de acordo com os critérios descritos por Tanner, validados e reproduzidos para a
população brasileira e adaptadas pelo Departamento de Nutrição da Universidade Federal de
Santa Catarina (UFSC). As análises estatísticas foram utilizadas de elementos da estatística
descritiva, principalmente distribuição de frequência. O teste qui-quadrado foi utilizado para
verificar 23 eventuais diferenças na proporção das respostas entre desfecho e exposição. Para
realizar a associação, entre a frequência de participação nas aulas de Educação Física, os
indicadores de crescimento físico e maturação sexual dos estudantes, foram utilizados a
regressão logística binária, bruta e ajustada. Não foram encontradas associações significativas
entre a participação nas aulas de educação física, crescimento físico e maturação biológica de
adolescentes de ambos os sexos. Os resultados podem demonstrar altas prevalências na
participação das aulas de educação física em adolescentes do sexo masculino e feminino.
Contudo, a duração ou a intensidade das aulas, talvez estejam adequados para alcançar os
benefícios nas variáveis estudadas. O estudo pode permitir que profissionais de Educação
Física identifiquem diferentes estratégias educativas e de intervenção que estimulem atividade
física dos adolescentes com maiores níveis de intensidade e frequência semanal, contribuindo
para diversos aspectos, como a aptidão cardiorrespiratória e comportamentos saudáveis. |