Perfil de adultos com obesidade com Fenótipo Metabólico Saudável e Não Saudável

Abstract

A literatura aponta que 30% dos indivíduos com obesidade exprimem um fenótipo metabólico saudável. Logo, a identificação das características que se associam a redução dos fatores de risco para as principais doenças relacionadas à obesidade, pode ser útil na manutenção da saúde daqueles com obesidade. Com isso, o objetivo do estudo foi descrever o fenótipo metabólico de adultos com obesidade e verificar os fatores relacionados. A amostra foi composta por 69 adultos de ambos os sexos, com idade de 20 a 50 anos e grau de obesidade I e II, determinado pelo IMC. A classificação do fenótipo metabólico considerou os cinco indicadores presentes no “National Cholesterol Education Program’s Adult Treatment Panel III” (NCEP-ATP III), sendo eles pressão arterial elevada (>120mmHg e 80mmHg), hipertrigliceridemia (>150 mg / dL), baixo colesterol HDL (<40 mg/dl.), hiperglicemia (>99 mg/dL) e circunferência abdominal acima dos valores recomendados (homens >108cm e mulheres >88cm). Foi realizado um estudo descritivo que apresentou as frequências dos fenótipos metabólicos em adultos com obesidade e verificou a relação do fenótipo metabólico com variáveis sociodemográficas, clínicas e de saúde. Como principais resultados do estudo, 76% dos indivíduos com obesidade foram classificados como metabolicamente saudáveis e 24% como metabolicamente não saudáveis. Além disso quando comparados os fenótipos metabólicos com as variáveis sociodemográficas, comportamentais e de saúde, foi encontrado um número maior de indivíduos do sexo feminino com o fenótipo metabólico não saudável. A média de idade dos indivíduos classificados como metabolicamente saudáveis foi menor quando comparada ao fenótipo não saudável, a taxa metabólica basal dos indivíduos metabolicamente saudáveis foi maior do que a dos não saudáveis e o tempo em atividade física e comportamento sedentário foi, respectivamente, maior e menor para os indivíduos classificados como metabolicamente não saudáveis em comparação aos metabolicamente saudáveis. Dessa forma, é possível concluir que há uma variação de fenótipos metabólicos mesmo dentro de uma população de adultos com obesidade e que variáveis sociodemográficas, comportamentais e de saúde estão associadas, o que pode ser de grande importância no contexto clínico e epidemiológico da obesidade.