Abstract:
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Introdução: A lesão medular é caracterizada por um trauma na medula espinhal, sendo considerada, um tipo de lesão devastadora e incapacitante. O processo de reabilitação promove a autonomia de forma a ensinar e estimular a pessoa a reutilizar seu corpo, através do processo de reconhecimento da sua situação e adaptação para o autocuidado e desenvolvimento das atividades da vida diária. Objetivo: Compreender o imaginário da ressocialização no quotidiano das pessoas com lesão medular pós-programa de reabilitação com suas potências e limites para promoção da saúde. Método: Método: Pesquisa qualitativa interpretativa, fundamentada na Sociologia Compreensiva e do Quotidiano de Michel Maffesoli, articulada ao Macroprojeto de Pesquisa: “Avaliação da continuidade do processo de reabilitação no quotidiano domiciliar de pessoas com lesão medular e de suas famílias”, realizada em Centro de Reabilitação no sul do Brasil, tendo 121 participantes. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevistas presenciais e por telefone, com roteiro semiestruturado, no período de outubro/2019 a janeiro/2020, sendo selecionadas do Macroprojeto 63 pessoas pós programa de reabilitação. Dados organizados em planilha do programa Excel for Windows, versão 7. Utilizou-se o software ATLAS ti, versão 9, para tratamento dos dados. Adotou-se Análise de Conteúdo de Bardin. Resultados: O imaginário sobre Potências na ressocialização das pessoas com lesão medular pós-programa de reabilitação envolveu: Retorno às atividades; Redes de apoio; Auto Aceitação. Quanto aos Limites na ressocialização das pessoas com lesão medular pós-programa de reabilitação, o imaginário trouxe: Dependência, Auto preconceito; Preconceito social; Inacessibilidade. No imaginário dos participantes, são potências: trabalho, estudo, sair, filho, amigos, irmão, atividade, ter carro, reinventar, participar de grupo, normal, motivação, Centro de Reabilitação, fazer esportes, atletismo, retornar às atividades, participar e adaptar, ressocialização. O imaginário sobre os limites contemplou: ter dependência/depender do outro, usar cadeira de rodas, não poder andar/caminhar, autoestima baixa, preconceito, sentimento de coitado, olhar diferente, medo, limitações, acessibilidade e dificuldades. Considerações finais: Ao compreender o imaginário das pessoas com lesão medular com suas potências e limites para promoção da saúde na ressocialização no quotidiano , identificou-se que a necessidade de sair e conviver em coletividade, revelada como potência no imaginário, também aponta as limitações da deficiência e da sociedade, quando as pessoas perdem a motivação de se ressocializarem no quotidiano. A falta de acessibilidade e o auto preconceito foram aspectos limitantes para os indivíduos que não retornaram às suas atividades cotidianas. Por outro lado, evidenciou-se que a reabilitação precoce e bem sucedida favorece a auto aceitação e o fortalecimento das redes de apoio após o acometimento da LM, potencializando a reintegração do indivíduo às suas atividades laborais. Isto possibilita um “reinventar-se” após a lesão, bem como um vivenciar novas experiências no quotidiano pós-programa de reabilitação. |