Abstract:
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Desde a década de 60, é bastante comum no meio equestre, a prática de programas de vermifugação com intervalos fixos, com troca opcional da classe de anti-helmínticos a cada vermifugação. Entretanto, desde a década de 90, recomenda-se que programas integrados de controle de parasitas de equinos, que considerem a epidemiologia do parasita e o controle ambiental sejam adotados para se evitar a resistência dos vermes aos anti-helmínticos. Mesmo assim, os protocolos de vermifugação de equinos com intervalos fixos, com pouca atenção à carga parasitária, ao controle ambiental ou ao uso controlado de anti-helmínticos continuam sendo bastante disseminados e usados entre profissionais e praticantes da equideocultura no Brasil. Nossa hipótese foi que os programas de vermifugação de equinos a cada três meses, com vermífugos diferentes, assim como é difundido para prática em centros equestres, não são eficientes no controle parasitário. Para testar nossa hipótese, verificou-se o grau de infecção por endoparasitas, identificando-se os gêneros ou espécies parasitárias e analisando-se a eficácia dos anti-helmínticos por meio do diagnóstico parasitológico em amostras de fezes de equinos de um centro equestre, utilizando um programa pré-estabelecido de uso comum na região de Florianópolis, SC. O estudo foi dividido em três tratamentos a cada três meses e três anti-helmínticos comerciais foram avaliados em um centro equestre em São José- SC. No tratamento 1, 2 e 3 o vermífugo Equest® (Moxidectina – fabricado em Porto Salvo/Portugal), Padock Plus® (Ivermectina + Praziquantel – fabricado Paulínea/Brasil) e MagHorse® (Triclorfon + Mebendazol – fabricado em Feira de Santana/Brasil) foram utilizados, respectivamente. Amostras fecais de 29 cavalos foram coletadas e analisadas pelo exame Ovos Por Grama (OPG) e Coprocultura, no Laboratório de Parasitologia Animal do Departamento de Zootecnia e Desenvolvimento Rural, Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Santa Catarina. A eficácia encontrada foi 78%, 34% e 53%, respectivamente. Os parasitas mais encontrados foram os Pequenos Estrongilídeos. Concluímos que, o esquema estudado, apresentou-se ineficiente, pois houve resistência parasitária, vermifugação desnecessária da maioria dos cavalos e manutenção de carga alta de cavalos com indicação de vermifugação, mas com uso de anti-helmíntico com eficácia reduzida. Portanto, verificamos que o acompanhamento da carga parasitária por exames de OPG como indicador do uso de anti-helmínticos e escolha adequada do anti-helmíntico são ações importantes no controle parasitário de equinos. Somados a isso, o controle ambiental também deve ser efetuado, porém esta ação não estava nos objetivos deste estudo. Novas pesquisas devem ser realizadas para compreensão da atitude dos praticantes da equideocultura quanto ao controle de parasitas gastrintestinais de equinos, para que mudanças visem o abandono da adoção dos programas de intervalo fixo e anti-helmínticos pré-determinados em favor do uso racional de anti-helmínticos e manejo do ambiente para equinos. |