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O presente trabalho de conclusão de curso tem a finalidade de mapear a existência do protagonismo de pessoas com deficiência (PcD), bem como de pessoas pertencentes a grupos minoritários, com marcadores sociais da diferença, no mercado de trabalho dos museus com natureza administrativa pública, na cidade de Florianópolis - SC, Brasil. A pesquisa discorre de forma breve sobre as conquistas e os retrocessos históricos das PcD e os reflexos disso na sociedade, bem como no mercado de trabalho. As instituições museológicas, via de regra, não qualificam seus profissionais com objetivo de romper as barreiras sociais atreladas ao preconceito e ao assistencialismo no âmbito da inclusão. As ações que dinamizam a acessibilidade dentro dos espaços culturais são elaboradas majoritariamente pelos setores educativos e estão associadas ao receptivo dos públicos. Portanto, um formulário com 31 perguntas foi aplicado às entidades a fim de compreender quais são as práticas acessíveis adotadas nesses espaços, o número de PcDs e minorias que ocupam cargos efetivos, entender quais são esses cargos, e também qual é o tempo de permanência destes nos seus empregos. De maneira conjunta, foi realizada uma análise nos conteúdos sobre acessibilidade presentes nos sites das suas instituições. Essa estratégia teve a finalidade de confrontar as contradições percebidas a partir das respostas do formulário e os conteúdos sobre as ações de acessibilidade disponíveis nos sites. Por fim avaliar se o site faz uso de ferramentas com o foco na inclusão digital. O resultado disso apontou contradições nas respostas oferecidas e deflagrou ausências nos museus, pelo ponto de vista da escassa participação de profissionais com alguma deficiência, de pessoas LGBTQIA+, de pessoas pretas ou pardas e de pessoas indígenas, bem como o reduzido tempo de permanência por parte de alguns grupos nos seus cargos de trabalho. Outra percepção alcançada foi a significativa falta de assimilação das instituições sobre acessibilidade. Esse fato apresenta um indicativo sobre a carência de ações, por parte do aparato estatal, que tenha o interesse na promoção destes grupos nos museus. A análise também apresenta percepções sobre o caráter excludente nas publicações de três entidades balizadoras dos saberes museológicos - o Cadastro Catarinense de Museus - CCM, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE e a publicação do Museus em Números do Instituto Brasileiro de Museus - IBRAM. Isso se dá por meio do reconhecimento dos principais marcadores que sinalizam nos textos quais são os pontos relacionados à acessibilidade. Portanto, conclui-se que possa existir uma demanda de mercado negligenciada, o qual resultará na urgência da inclusão de PcDs e dos grupos minoritários nos museus para que se possa elaborar, a partir de estratégias de acessibilidade, as práticas nos processos museológicos, a fim de que se possa fornecer avanços para a elaboração de processos museológicos acessíveis e elaborado à todos os tipos de públicos. O resultado da pesquisa tem o propósito do registro de dados atualizados que por ventura venham a se desdobrar em novos desdobramentos nos campos da museologia e da acessibilidade cultural. |
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