Abstract:
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A leucemia mieloide aguda (LMA) surge a partir de uma alteração genética em um precursor
comprometido com a linhagem mieloide, o qual se expande e pode adquirir mutações genéticas
adicionais. Isso resulta em uma proliferação de células precursoras mieloides neoplásicas, o que
ocasiona uma geração insuficiente de células normais como leucócitos, plaquetas e eritrócitos,
o que afetará a defesa imunológica e homeostase do indivíduo. Uma grande quantidade de
anormalidades citogenéticas recorrentes nas LMAs são conhecidas, por exemplo, t(15,17)
/PML-RARA transcrito BCR3 que caracteriza a leucemia promielocítca aguda (LPA).
Segundo critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS), o diagnóstico da LMA é definido
pela avaliação morfológica, imunofenotipagem (IMF), e avaliação genética (citogenética e
biologia molecular) das células neoplásicas.
O tratamento nas leucemias em geral, têm como objetivo reduzir ou eliminar as células
neoplásicas de forma que levem o paciente à remissão da doença. O monitoramento da eficácia
do tratamento pode ser feito pela detecção de doença residual mínina (DRM). A pesquisa de
DRM em LMA tem como objetivo identificar os pacientes que apresentam maior risco de
recidiva e pior prognóstico, em que, a detecção de DRM após a primeira ou segunda indução,
ou ao final do tratamento, onde, quando detectada em altas porcentagens, considera-se alto risco
para recidiva da doença e pior prognóstico na avaliação da eficácia terapêutica. O
monitoramento da DRM permite realizar o acompanhamento do tratamento dos pacientes e
melhorar seus resultados, pois possibilita que alterações na terapia em uso sejam feitas
conforme resposta ao tratamento. Por isso, a realização de métodos para pesquisa da DRM com
alta sensibilidade e especificidade são essenciais para o monitoramento terapêutico, pois a partir
deles é possível detectar uma recidiva com antecedência.
Os resultados obtidos no presente trabalho mostram que o resultado encontrado no teste de
sensibilidade realizado pela transcrição reversa seguida de reação em cadeia de polimerase (RT PCR) utilizada pelo Setor de Onco-hematologia do Laboratório de Análises do HU-UFSC não
apresenta sensibilidade semelhante àquela referenciada na literatura, pela qual foi observado
um valor máximo de detecção de 10-1
de células neoplásicas, o que corresponde a uma diluição
de 10% de RNA do paciente. Por outro lado, os resultados analisados da IMF por citometria de
fluxo (CF), mostram que o protocolo Bulk Lysis é sensível para detecção DRM em pacientes
portadores de LMA, inclusive nos casos de LPA.
Esses resultados mostram a metodologia com melhor sensibilidade para detecção de DRM
realizada no HU-UFSC, atualmente, é a IMF por CF. Para os exames moleculares, por ainda
serem considerados padrão ouro de detecção de DRM em diagnósticos em que estão presentes,
sugere-se investir em um método com maior sensibilidade como a transcrição reversa seguida
de reação em cadeia de polimerase em tempo real (RT-qPCT). |