Abstract:
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Introdução: A COVID-19 é uma doença causada pelo coronavírus denominado SARS-CoV- 2, que rapidamente causou repercussão mundial, ocasionando uma pandemia. No início da pandemia, havia poucos relatos de casos graves em crianças; contudo, atualmente, com o surgimento de novas variantes do vírus, atrelado à recusa de alguns pais em vacinarem seus filhos, pode gerar um cenário potencialmente danoso à população pediátrica. Nesse sentido, emerge a necessidade de conhecer e aprofundar os fatores associados ao agravamento da COVID-19 em crianças, com necessidade de hospitalização. Objetivo: Identificar a produção científica sobre os fatores de risco para hospitalização de pacientes pediátricos por COVID-19. Método: Revisão integrativa da literatura, realizada nas bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), com os descritores “COVID-19”, “Criança” (“Child” e “Niño”), “Hospitalização” (“Hospitalización” e “Hospitalization”) e “Fatores de Risco” (“Risk Factors” e “Factores de Riesgo”). Foram selecionadas produções científicas nos idiomas português, inglês e espanhol, publicadas entre os anos de 2020 a 2022. A caracterização dos estudos foi realizada em quadro comparativo, contendo as informações extraídas das produções. Para a análise, procedeu-se a categorização dos dados extraídos dos estudos selecionados em grupos temáticos. Resultados: Das 192 produções científicas identificadas, foram selecionados 15 artigos científicos. Os extremos de idade (recém-nascidos e adolescentes) foram os que apresentaram quadros graves da doença, sendo o sexo masculino mais prevalente. A etnia negra/afro-americana foi associada à maior gravidade da COVID-19 em crianças. Em relação ao nível socioeconômico, destacam-se áreas de vulnerabilidade social com maior propensão à hospitalização. As comorbidades tiveram influência direta nos casos graves, as mais frequentes foram: obesidade, condições neurológicas crônicas ou doença pulmonar crônica, doença cardíaca, convulsão, imunossupressão e desnutrição. Foram identificadas alterações laboratoriais comuns entre os pacientes, entre elas: Proteína C-reativa (PCR), D-dímero, fatores de coagulação, contagem de glóbulos brancos, marcadores inflamatórios, bilirrubina total, ácido úrico, ferritina e Lactato desidrogenase (LDH) e creatinina quinase. Os sintomas mais comuns foram dispneia, febre e tosse; as crianças com comorbidades pré-existentes apresentaram: taquicardia extrema, dor abdominal, vômito, diarreia, erupção cutânea e/ou hiperemia conjuntival. Considerações finais: Os resultados da revisão de literatura apontam fatores sociodemográficos, clínicos e laboratoriais associados à hospitalização de crianças por COVID-19. O conhecimento de fatores de risco para a hospitalização de crianças pela doença permite a identificação de pacientes mais vulneráveis, permitindo ações de prevenção e manejo precoce direcionadas a elas, de forma a evitar desfechos graves.
Descritores: COVID-19; Criança; Hospitalização; Fatores de Risco. |