Abstract:
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O trabalho possui como justificativa a violência contra sujeitos queer no espaço urbano, e questiona, portanto, quem pode vir a público. Inicialmente, defende-se a cultura como elemento chave do direito à cidade e busca-se entender sua utilização, nas gestões urbanas, enquanto instrumento de espetacularização do culturalismo de mercado, e os fundamentos deste na heteronormatividade. Em relação a este processo busca-se, pois, alternativas de resistência, nas quais se analisam suas dimensões estético-políticas, sujeitos, espaços e faz-se, como recorte do ensaio, intersecções com a teoria queer.
Encontra-se como resposta a prática crítica de arte dissensual queer, vista como fenômeno urbano, a partir da defesa do dissenso enquanto elemento que une arte e política. Defende-se o transbordar queer como jeito de fazer cidade a partir do ressoar constante de arte queer na rua como fluxo que mantém a tensão na arena pública. A partir do transbordamento articula-se o conceito de reverberação através do qual se alcança a educação estética, o ambiente necessário para o alcance de uma nova coletividade possível, na qual igualdade e diversidade existem enquanto valores de reconhecimento na urbanidade. Realiza-se, então, um estudo de caso na região leste do centro fundacional de Florianópolis, a partir do qual se elabora, por fim, políticas culturais queer articuladas ao território urbano. |