O populismo lulista: crítica ao hegemonismo de esquerda

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O populismo lulista: crítica ao hegemonismo de esquerda

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dc.contributor Universidade Federal de Santa Catarina
dc.contributor.advisor Borba, Julian
dc.contributor.author Southier, Diane
dc.date.accessioned 2022-05-19T14:47:15Z
dc.date.available 2022-05-19T14:47:15Z
dc.date.issued 2022
dc.identifier.other 374704
dc.identifier.uri https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/234728
dc.description Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Ciência Política, Florianópolis, 2022.
dc.description.abstract Tese de doutorado sobre o movimento político denominado ?lulismo?, a partir dos fundamentos teóricos da hegemonia e do populismo de Antonio Gramsci e Ernesto Laclau. Trata-se de trabalho interpretativo da literatura pertinente ao lulismo, no qual examinamos sua definição, periodização e caracterização. Vamos avaliar o grau de populismo do movimento, considerando a relação entre autonomia (mobilização popular e horizontal) e hegemonia (liderança institucional e vertical) nele implicadas. Aqui, o populismo é entendido como um macro exercício de hegemonia, isto é, uma forma de poder consensual e coercitivo (violento) entre o ?povo? e as ?elites?. O recorte temporal de investigação se estende do início do governo Lula (2003) ao fim do governo Dilma (2016), tendo como base a literatura selecionada sobre o fenômeno do lulismo, que se concentra nesse período. São trazidos, ainda, dados novos para uma interpretação atual do fenômeno, produzidos a partir de pesquisa empírica junto ao Movimento Lula Livre em Curitiba, durante o mês de maio de 2018, logo após a prisão de Lula pela Operação Lava-Jato. Como observado em campo, o lulismo expressa e reproduz distinções sociais e conflitos relativos à estrutura de classes brasileira. Junto à pesquisa de campo, abordamos a construção discursiva/retórica associada ao nome de Lula e seu vínculo com o ?povo?, identificando as demandas e as dinâmicas do ?povo lulista?. Para tanto, fazemos uma analogia entre o conceito de ?ralé? de Jessé Souza (também conhecida como ?subproletariado?, no vocabulário de André Singer), e a ?plebe? do populismo, classe social mais baixa ou percebida como menos favorecida de uma sociedade. O conceito se articula à ideia mesma de ?povo?, cujo símbolo se ?encarna? em Lula, tendo estendida a analogia ao seu próprio ?Nome?. Isso acontece não só por ele mesmo ser um ?homem do povo?, vindo da pobreza, mas pela demanda discursiva central do lulismo: a redução da pobreza, ou a erradicação da miséria e da fome no Brasil, sem confronto com os mais ricos. A hipótese interpretativa é a de que o lulismo, articulado com o petismo, projeto hegemônico de longo prazo do Partido dos Trabalhadores (PT), é um processo histórico de identificação entre Lula e o ?povo brasileiro?. Nesse processo, a dimensão vertical de hegemonia e institucionalização, o elitismo lulista, vai pouco a pouco se sobrepondo à dimensão horizontal de autonomia e mobilização popular, até chegar ao contexto do golpe de Estado do impeachment de Dilma em 2016, à fraude eleitoral da prisão de Lula em 2018 e a ascensão do populismo de extrema direita de Bolsonaro. Pelo enfraquecimento da articulação autônoma com a sociedade e pela própria lógica de organização estatal e partidária, hegemônica, de ?conciliação? com as elites e de ?pacificação? do povo, o lulismo se apresenta hoje como um populismo de esquerda passivo e em decadência, caracterizado por um hegemonismo de esquerda. Diante disso, articulamos um conjunto de elementos normativos, propondo uma política autônoma de autodefesa territorial para o povo.
dc.description.abstract Abstract: Doctoral thesis on the political movement called ?Lulism?, based on the theoretical foundations of hegemony and populism by Antonio Gramsci and Ernesto Laclau. This is an interpretative work on the literature relevant to Lulism, in which we examine its definition, periodization and characterization. We will assess the degree of populism in the movement, considering the relationship between autonomy (popular and horizontal mobilization) and hegemony (institutional and vertical leadership) involved in it. Here, populism is understood as a macro exercise of hegemony, that is, a form of consensual and coercive (violent) power between the ?people? and the ?elites?. The time frame of investigation extends from the beginning of the Lula government (2003) to the end of the Dilma government (2016), based on the selected literature of Lulism, which is concentrated in this period. New data are also brought for a current interpretation of the phenomenon, produced from empirical research with the Lula Livre Movement in Curitiba, during the month of May 2018, shortly after Lula's arrest by Operation ?Lava-Jato? (Carwash Operation). As observed in the field, Lulism expresses and reproduces social distinctions and conflicts related to the Brazilian class structure. Along with empirical research, we approach the discursive / rhetorical construction associated with Lula's name and its link with the ?people?, identifying the demands and dynamics of the ?lulist people?. For that, we make an analogy between Jessé Souza's concept of ?ralé? (also known as ?subproletariat?, in André Singer's vocabulary) and the ?plebs? of populism, the lowest social class or perceived as the least favored of a society. It is linked to the very idea of the ?people?, whose symbol is ?incarnated? in Lula, having extended the analogy to his own ?Name?. This happens not only because he himself is a ?man of the people?, coming from poverty, but because of the central discursive demand of Lulism: the reduction of poverty, or the eradication of misery and hunger in Brazil, without confrontation with the richest. The interpretative hypothesis is that Lulism, articulated with ?petism?, the long-term hegemonic project of the Worker?s Party (Partido dos Trabalhadores ? PT), is a historical process of identification between Lula and the ?Brazilian people?. In this process, the vertical dimension of hegemony and institutionalization, the Lulist elitism, gradually overlaps the horizontal dimension of autonomy and popular mobilization, until it reaches the context of the coup d'état of Dilma's impeachment in 2016, the electoral fraud of Lula's arrest in 2018 and the ascension of Bolsonaro's far-right populism. Due to the weakening of the autonomous articulation with society and the very logic of hegemonic state and party organization, of ?conciliation? with the elites and of ?pacification? of the people, Lulism presents itself today as a passive and decadent left populism, characterized by a left-wing hegemonism. Therefore, we articulate a set of normative elements, in which we propose an autonomous politics of territorial self-defense for the people. en
dc.format.extent 210 p.| il.
dc.language.iso por
dc.subject.classification Sociologia política
dc.subject.classification Lulismo
dc.subject.classification Populismo
dc.subject.classification Autonomia (Política)
dc.subject.classification Hegemonia
dc.title O populismo lulista: crítica ao hegemonismo de esquerda
dc.type Tese (Doutorado)


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