Abstract:
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O presente trabalho visa a contribuir para a discussão acerca do Movimento Negro em Florianópolis, Santa Catarina, a partir da experiência da Frente da Juventude Negra Anticapitalista (FREJUNA) desde sua fundação, em 2019, até 2021. Diante disso, objetiva-se analisar o movimento de constituição e a atuação da frente nos movimentos negro, estudantil e popular locais, de forma a explorar as particularidades dessa construção, suas proposições políticas e os êxitos e as dificuldades neste processo, compreendendo o contexto político do governo Bolsonaro. Para tanto, na perspectiva de ampliação do rol de informações e narrativas acerca das diferentes experiências descritas nesta pesquisa, parte-se de uma revisão bibliográfica sobre a luta do Movimento Negro brasileiro e catarinense nas últimas décadas, bem como de uma breve discussão sobre a conjuntura política atual, para embasar o estudo sobre as fontes, que combina a análise de peças escritas e digitais (como relatorias de reuniões, a Carta-Manifesto da frente e suas postagens em redes sociais) ao trabalho com a História Oral, a partir da entrevista a militantes da FREJUNA e de sua base social ou rede de apoio. Neste processo de reconstituição das redes de relação, das formas de socialização e elaboração política, dos eventos organizados e do conjunto de outras experiências e das limitações vivenciadas pela FREJUNA, destaca-se o diferencial que a frente apresenta para a construção orgânica e a produção política dos movimentos negro e popular em geral. Pois, evidenciando-a como exemplo de unidade entre diversas organizações políticas, coletivos e militantes independentes sob uma orientação antirracista, anticapitalista e centrada no afeto, na parceria e na radicalidade revolucionária. |