O papel específico da arte na formação humana

Abstract

O presente trabalho de conclusão de curso teve como objetivo compreender a especificidade da arte e da atividade artística vislumbrando um projeto de formação emancipatória. Foram delimitados três objetivos específicos, a saber: conceituar a Arte como atividade humana específica, discutir a especificidade do ensino da Arte como conhecimento e apresentar reflexões sobre a função e a necessidade da arte direcionada à emancipação humana. A pesquisa foi desenvolvida mediante uma análise de cunho bibliográfico e documental, organizada a partir de duas ações metodológicas gerais: um estudo de obras e autores que tratassem das principais noções do senso comum sobre “o que é Arte”, nos diferentes espaços onde ela se encontra; e um estudo de obras e autores, fundamentos no materialismo histórico-dialético e na teoria histórico-cultural, que indicassem elementos para uma sistematização sobre a Arte como tipo específico da atividade humana. A primeira ação de pesquisa nos permitiu compreender e organizar algumas das questões necessárias de serem enfrentadas para pensar o papel da arte para a formação humana: Arte como “escape” (meio de obter prazer, entretenimento, divertimento); Arte como expressão das emoções do artista (e meio de educar ou suscitar emoções específicas através da obra); Arte “hegemônica” (socialmente aceita) e a “arte popular” ou marginal; Arte de espaços culturais institucionalizados e a arte “de rua”; Arte enquanto expressão do irracional/intuitivo e a Arte como conhecimento. A segunda ação de pesquisa nos possibilitou compreender a gênese e a especificidade da Arte na sociedade capitalista – notadamente a partir da categoria trabalho –, bem como aproximações sobre a especificidade da atividade de criação e apreciação da obra artística. Essas ações nos permitiram refletir e apontar elementos para a formação humana e o ensino da Arte, como atividade potencialmente direcionada a desenvolver nos sujeitos a capacidade de enxergar as contradições, ler a realidade em sua totalidade e assim usar o seu potencial criativo e imaginativo para vislumbrar outros modos de organização social, direcionada a uma emancipação humana.