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A insegurança alimentar vem crescendo na população brasileira nos últimos seis anos e, no meio urbano, ela está intimamente relacionada ao crescimento acelerado das cidades e às múltiplas crises (econômica, sanitária e social) que vem infligindo principalmente a parcela mais afetada pela vulnerabilidade social no Brasil. Uma das estratégias para combater a insegurança alimentar é investir em movimentos de agricultura urbana, entre eles as hortas comunitárias. Assim, este estudo se propõe a apresentar e investigar a Horta Comunitária do Muquém (HCM). Para isso, busca-se mostrar, através da revisão de literatura, o processo histórico que conduziu à materialização da referida horta; apresentar e refletir sobre as transformações socioespaciais promovidas pelas ações da horta e compreender quem são as pessoas envolvidas e os impactos que as atividades da horta tem/tiveram na qualidade de vida e alimentar delas através da aplicação de um questionário. A HCM surgiu em julho de 2020, no bairro Rio Vermelho, em Florianópolis, capital do estado de Santa Catarina, como uma alternativa para o agravamento da insegurança alimentar com a pandemia do coronavírus (COVID-19). Em pouco mais de um ano de existência, a HCM contribuiu com mudanças significativas na paisagem e no contexto social local, realizando a produção e distribuição de alimentos agroecológicos, a compostagem de resíduos orgânicos e a promoção de formações, mutirões e ações de engajamento da comunidade local. O perfil médio das pessoas que colaboram com as atividades da horta tem idade entre 30 e 49 anos, nasceu fora de Florianópolis ou grande Florianópolis, pertence ao gênero feminino, possui ensino superior completo, reside a aproximadamente 1,7 km do local da horta, participa há mais de 10 meses das atividades, se encontra no estado de segurança alimentar e afirma que participar da horta
trouxe impactos positivos a sua qualidade de vida, como melhora da saúde física e mental e qualidade da alimentação. Tais resultados apontam que a HCM contribui para a promoção da sustentabilidade no contexto urbano e da qualidade de vida e alimentar das pessoas que participam de suas ações. |
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