Atendimento remoto de pacientes triados para Fibrilação Atrial: Projeto Know Your Pulse

Abstract

Introdução: A Fibrilação atrial (FA) é a desordem mais comum do ritmo cardíaco, associada ao envelhecimento da população. A detecção precoce é fundamental para prevenção das complicações. Neste contexto está inserido o projeto Know Your Pulse, implantado em vários países. No cenário da pandemia, o uso das tecnologias de comunicação ganhou ainda mais espaço e reconhecimento, visando a manutenção da oferta de alguns serviço de saúde, como o aqui apresentado. Objetivos: Analisar o risco de FA e de eventos cardiovasculares nos pacientes atendidos pelo projeto “Know your pulse” na Farmácia Escola/UFSC. Metodologia: Estudo observacional que visa a reavaliação de pacientes triados para FA. Dada a pandemia a coleta de dados foi realizada por meio remoto a partir das questões abordadas e previstas no projeto. Resultados: Dos 251 pacientes, previamente triados para FA pelo projeto de forma presencial, 191 pacientes foram atendidos de forma remota. Destes 38,71% tiveram novos diagnósticos de fatores de risco e 28% aumento do risco cardiovascular segundo o Score CHADS2. Mais de 30% tiveram dificuldade em realizar consultas e 3,1% tiveram diagnóstico de COVID-19. Dos 30 (15.70%) que pertenciam ao grupo em que foi detectada alteração na pulsação, na avaliação presencial, 50% tiveram piora no risco cardiovascular, 50% deixaram de ir a consultas e também de realizar exames. Discussão: O crescimento do uso das tecnologias de comunicação tem auxiliado na continuidade do cuidado, especialmente para algumas condições crônicas. É especialmente útil para pacientes com diversas comorbidades, o que dificulta a adesão e os manejos terapêuticos. Neste estudo, chamou a atenção o aumento da prevalência de fatores de risco para FA e outras condições cardiovasculares. Assim, estratégias como as adotadas neste estudo podem contribuir para identificação dos riscos, encaminhamentos adequados e melhores prognósticos. Conclusão: Destaca-se a importância do acompanhamento remoto de pacientes de risco e ou com dificuldades de acesso, e da colaboração dos farmacêuticos para ampliar os diagnósticos precoces e alcance de melhores resultados em saúde.