Title: | Na origem, Lindolf Bell |
Author: | Tomelin, Rafael |
Abstract: |
Esta dissertação é uma leitura do livro O código das águas (1984) de Lindolf Bell (1938-1998). A pergunta que norteia este texto é: o que é isto, a palavra ?origem?? Para respondê-la, dispõe-se de epistemologia e metodologia provenientes das Ninety-Five Theses on Philology (?Noventa e cinco teses sobre a filologia?) de Werner Hamacher (2015). O caráter ontológico (do questionar sobre o ser do objeto em análise) permanece em segundo plano. Confere-se maior atenção ao percurso que a palavra ?origem? faz ao longo da obra de Lindolf Bell, do que à sua tentativa de construção conceitual. No primeiro livro de Lindolf Bell, Os póstumos e as profecias (1962), a palavra ?origem? não ocorre, vislumbrando-se apenas sua aparição por sinonímia nas palavras ?herança?, ?legado? e na ação de nascer. Por isso, mapeia-se a palavra ?origem?, seus sinônimos e aproximações semânticas, de maneira geral, desde o primeiro livro até O código das águas (1984), demonstrando as tensões e oscilações históricas, intelectuais, semânticas e semióticas no que é pertinente a Lindolf Bell. Em seguida, discuto as possibilidades da palavra ?origem?, e tudo que ela engendra, ser como que a fundamentação do seu fazer poético, em comparação com o que inicialmente se compreendeu, pela crítica, como sendo alicerçado na voz e na performance/mitificação de si. Consequentemente, evidencia-se como no livro se pode ler o estilhaçamento e a renegação de uma concepção de sujeito indivisível. Compreendido, então, como marcas consumidas pelo tempo, e como afirmação de um ausente que não se torna completamente presente mesmo quando empiricamente verificado. Conclui-se que a concepção da palavra ?origem? em O código das águas foi uma tentativa de se tomar a origem como questão, assim como ter a questão basilar como sendo a de um entendimento da palavra origem. Desafiou-se as acepções sincrônicas de ?proveniência?, ?herança? e ?legado?, subvertendo-as como construtos que dizem respeito não apenas à filiação genealógica e ao pertencimento à nação (nas dimensões teológico-políticas), mas à livre invenção do sujeito. Abstract: This dissertation is a reading of the book O código das águas (1984) written by Lindolf Bell (1938-1998). The question that guides my text is: what is this, the word ?origin?? To answer it, I line up with an epistemology and method provided by Werner Hamacher?s Ninety-Five Theses on Philology (2015). The ontological character of questioning the being of the object under analysis remains auxiliary throughout my text. More attention is given to the trajectory that the word ?origin? takes everyplace Lindolf Bell?s work, than to the attempt at the cultimation of a conceptual construction in his ouevre. In Lindolf Bell?s first book, Os Póstumos e as Profecias (1962), the word ?origin? does not occur. In fact it only appears by sinonymy in the words ?inheritance?, ?legacy? and in the action of being born. Therefore, the word ?origin?, its sinonyms and semantic approximations are mapped, in general, from the first book to O código das águas (1984). I demonstrate the historical, intellectual, semantic and semiotic tensions and oscillations in what is pertinent to Lindolf Bell. Then, I discuss the possibilities of the word ?origin?, and everything it engenders, to be, as it were, the foundation of his poetic work in comparison with what was initially understood by the critics as being grounded in the voice and in the performance/mythification of himself. Consequently, it becomes evident how in the book one can read the shattering and the renegation of a conception of an indivisible subject. Understood, then, as marks consumed by time and as na affirmation of an absentee that does not become fully present even when empirically verified. I conclude that the conception of the word ?origin? in O código das águas was an attempt to take ?origin? as a fundamental question, as well as having the essential question as an understanding of the word ?origin?. The synchronic meanings of ?provenance?, ?inheritance?, and ?legacy? were challenged by Lindolf Bell while subverting them as constructs that relate not only to the genealogical affiliation and belonging to the nation (in theological-political dimensions), but also as an attempt to a free invention of the subject (or the ?self?). |
Description: | Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Literatura, 2022. |
URI: | https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/236104 |
Date: | 2022 |
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PLIT0904-D.pdf | 3.368Mb |
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