A elevação do calcanhar altera a flexão do joelho e a ativação muscular no membro inferior no agachamento

Abstract

Introdução: O agachamento é uma tarefa utilizada cotidianamente, além de fazer parte do treinamento de desempenho esportivo. Comumente é utilizada uma elevação do calcanhar para facilitar o movimento de agachamento e ganhar com maior amplitude de flexão de joelho. Como o agachamento é realizado no treinamento e reabilitação, se faz necessário o entendimento sobre alteração da ativação muscular para um melhor embasamento e prescrição desta atividade motora a partir da elevação do calcanhar. Objetivo: Avaliar a alteração da ativação muscular do quadril e membro inferior durante agachamento livre com variação da posição de tornozelo (com e sem elevação do calcanhar). Método: Participaram 30 adultos, saudáveis e praticantes de atividade física, na qual foi analisado a influência da elevação do calcanhar sobre a ativação muscular de tensor da fáscia lata, vasto medial e lateral, glúteo médio e máximo e bíceps femoral por meio da eletromiografia de superfície (EMG) durante agachamento livre. Para comparar a EMG para o agachamento com e sem elevação do calcanhar, foi realizada o Teste t para amostra pareada ou o seu equivalente não paramétrico U de Mann –Whitney. Foi analisado a ativação muscular para o pico e integral da EMG durante as duas condições de agachamento. Resultados: Para o pico da EMG as análises estatísticas não demonstraram diferença significativa entre os grupos na fase descendente. Na fase ascendente somente o Glúteo máximo apresentou alteração com elevação do calcanhar. Para a integral da EMG ocorreu diferença na fase ascendente para os vastos lateral e medial (P < .05). Além disso, ocorreu uma maior amplitude de flexão do joelho para o agachamento com calço (p=0,001). Conclusão: Para a integral da EMG houve diferença na fase ascendente para os vastos lateral e medial. Os participantes do estudo atingiram um ângulo maior de flexão de joelho com a condição de elevação do calcanhar.

Introduction: The squat is a task used daily, in addition to being part of sports performance training. A heel lift is commonly used to facilitate the squat movement and gain greater range of knee flexion. As the squat is performed in training and rehabilitation, it is necessary to understand the change in muscle activation for a better foundation and prescription of this motor activity from the heel elevation. Objective: To evaluate the change in muscle activation of the hip and lower limb during free squat with variation in ankle position (with and without heel lift). Method: Thirty healthy adults who practiced physical activity participated in the study, in which the influence of heel elevation on the muscle activation of the tensor fascia latae, vastus medialis and lateralis, gluteus medius and maximus and biceps femoris muscle was analyzed by means of electromyography of surface (EMG) during free squat. To compare the EMG for the squat with and without heel lift, the t-test for paired sample or its nonparametric Mann–Whitney U test was performed. Muscle activation for peak and integral EMG during the two squat conditions was analyzed. Results: For peak EMG, statistical analyzes did not show a significant difference between groups in the descending phase. In the ascending phase, only the gluteus maximus showed change with heel elevation. For the integral of the EMG, there was a difference in the ascending phase for the vastus lateralis and medialis (P < .05). In addition, there was a greater range of knee flexion for the wedge squat (p=0.001). Conclusion: The gluteus maximus had a greater activation in the ascending phase of the squat with the heel rise. For the integral of the EMG, there was a difference in the ascending phase for the vastus lateralis and medialis. Study participants achieved a greater angle of knee flexion with the heel lift condition.