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Desde o início da pandemia, as hospitalizações e as mortes por COVID-19 no Brasil
atingiram em maior proporção as pessoas obesas, construindo-se como um grupo
vulnerável à doença. Assim, este estudo tem como objetivo analisar os fatores
associados à morte por COVID-19 em pessoas obesas hospitalizadas no Brasil no
ano de 2021. Trata-se de um estudo transversal cuja amostra foi de 67.347 pessoas
obesas e hospitalizadas por COVID-19 no país. Os dados foram coletados do SIVEP-Gripe e compreendem informações de todos os municípios brasileiros durante 52
semanas epidemiológicas. A variável dependente foi o desfecho da hospitalização
(cura ou óbito) e as independentes compreenderam 15 fatores que pudessem estar
relacionadas à morte. Para a análise estatística, utilizou-se o teste Qui-Quadrado de
Pearson e Regressão Logística, considerando significância de 95%. Os resultados
evidenciam alta frequência de hospitalização e alta taxa de mortalidade entre obesos
hospitalizados (46%). A população negra apresentou chance 21% maior de morrer
(OR: 1,21; IC: 1,15-1,29) em comparação à população branca. Os indivíduos com 80
anos ou mais apresentaram chance 7 vezes maior de óbito quando comparado a
pessoas com menos de 20 anos (OR: 7,79; IC:5,15-11,79). Doença hepática, doença
renal e diabetes mellitus apresentaram maiores chances de óbito em comparação
àqueles que não possuem doenças prévias. Pessoas hospitalizadas em UTI
apresentaram duas vezes mais chance de óbito em comparação àqueles que não
necessitaram (OR: 2,83; IC: 2,66-3,02), e indivíduos que receberam ventilação
mecânica invasiva possuem 9 vezes mais chances de morte em comparação àqueles
que não necessitam (OR: 9,73; IC: 8,60-11,0). A obesidade deve se constituir como
um problema central de políticas públicas, especialmente estratégias de prevenção,
uma vez que apresentam relação com aparecimento de comorbidades associadas a
piores desfechos COVID-19.
Since the beginning of the pandemic, hospitalizations and deaths from COVID-19 in
Brazil have affected obese people to a greater extent, constituting a group vulnerable
to the disease. Thus, this study aims to analyze the factors associated with death from
COVID-19 in obese people hospitalized in Brazil in the year 2021. This is a crosssectional study with a sample of 67,347 obese people hospitalized for COVID-19 in the
country . Data were collected from SIVEP-Gripe and comprise information from all
Brazilian municipalities during 52 epidemiological weeks. The dependent variable was
the outcome of hospitalization (cure or death) and the independent variables
comprised 15 factors that could be related to death. For statistical analysis, Pearson's
Chi-Square test and Logistic Regression were used, considering a significance of 95%.
The results show a high frequency of hospitalization and a high mortality rate among
hospitalized obese patients (46%). The black population had a 21% greater chance of
dying (OR: 1.21; CI: 1.15-1.29) compared to the white population. Individuals aged 80
years or older were 7 times more likely to die when compared to people younger than
20 years (OR: 7.79; CI: 5.15-11.79). Liver disease, kidney disease and diabetes
mellitus were more likely to die compared to those without previous diseases. People
hospitalized in the ICU were twice as likely to die compared to those who did not need
it (OR: 2.83; CI: 2.66-3.02), and individuals who received invasive mechanical
ventilation are 9 times more likely to die in compared to those who do not need it (OR:
9.73; CI: 8.60-11.0). Obesity should constitute a central problem of public policies,
especially prevention strategies, since they are related to the appearance of
comorbidities associated with worse COVID-19 outcomes |
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