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Este trabalho convida a pensar sobre a formação para a pesquisa em
Educação Física (EF) numa relação dialética de saberes e subjetivi-
dades. Ao deparar-se com a situação-limite relativa à formação para
a pesquisa, que se encontrava espelhada na dificuldade de tessitu-
ra do TCC no Curso de Licenciatura em Educação Física (CLEF), em
todo o Brasil, notadamente no IFCE de Canindé, toma-se como mote
para delinear essa investigação a necessidade de buscar propositi-
vas que (re)orientassem esta formação, na perspectiva de estreitar a
relação pesquisa e ensino, cuja trajetória produzisse uma experiên-
cia formadora. O objetivo geral foi analisar a experiência do curso
Con-vivências como (auto)formador para a pesquisa de licenciandos
em EF. Nesse sentido, investe-se no método (auto)biográfico, centra-
do em fontes das histórias de formação, no campo da pesquisa de
abordagem qualitativa, na experiência de uma pesquisa-formação
materializada pelo curso Con-vivências, constituído por seis licen-
ciandos (aretês) do CLEF do IFCE Campus Canindé (sujeitos-atores)
nessa investigação. Conforme apreensão e análise interpretativa do
corpus, elucida-se que, entre os maiores dilemas dos aretês, na tes-
situra do trabalho monográfico estavam: o processo de delimitação
do objeto de estudo, no que tange à escolha do tema (35 conver-
sações); a apreensão das normas da ABNT, no contexto da feitura
das citações (29 conversações); a revisão de literatura pautando-se
sobre a constituição da fundamentação teórica (15 conversações) e
a definição do campo metodológico, em especial a caracterização da
população e da amostra (07 conversações). É importante enaltecer
que todos os aretês concluíram seus TCC’s no tempo esperado, com
média de avaliação significativamente elevada (9,66). Amorosidades
e dialogicidades foram imbuídas pela experiência, no curso Con-vi-
vências, na tessitura de histórias de formação, desveladas sobre o
conhecimento de si e do outro, na relação da “ensinagem” para a
pesquisa. Foi possível sentir que a aprendizagem sobre a formação para a pesquisa desvelada carrega em si o “dom de ser capaz e ser
feliz”, no constructo pedagógico de uma pesquisa-formação em que
foi cultivada uma aprendizagem colaborativa. Diante dos dilemas
formativos apresentados, na história de formação dos aretês, sobre-
tudo focalizada na pesquisa, os sujeitos-atores estiveram Con-viven-
do, empoderados do conhecimento epistemológico, técnico, afetivo
e dialogal. (Res)significou-se o conceito de formação articulado ao
ser pesquisador, sob o movimento de permanente reflexividade so-
bre o vivido e pela ideia de inacabamento humano, projetado pelo
olhar retrospectivo e prospectivo. Assim, foi-se ao encontro de uma
racionalidade pedagógica substanciada pela intersubjetividade, a
dialogicidade e a afetividade, uma vez que se delineou um caminho
de maior autonomia diante de uma prática reflexiva. Tais caracterís-
ticas despertadas no curso Con-vivências vão de encontro a uma ex-
periência (auto)formadora, já que incutem a apreensão de atitudes,
comportamentos, pensamentos, o saber-fazer, sentimentos que ca-
racterizam uma subjetividade e identidades articuladas consciente-
mente, elaboradas entre atividade, sensibilidade, afetividade e idea-
ção (JOSSO, 2004). Conforme a experiência vivida, reafirma-se que
as narrativas autobiográficas possibilitam um melhor entendimento
dos processos formativos pelos sujeitos, colocando-os em lugar de
protagonistas, exprimindo uma autonomização e a responsabiliza-
ção por suas aprendizagens. |
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