Quanto tempo de comportamento sedentário está associado aos sintomas depressivos de idosos comunitários brasileiros?

Abstract

Introdução: O tempo excessivo despendido em comportamento sedentário (CS) pelos idosos tem sido apontado como um dos fatores de risco para a ocorrência de sintomas depressivos. Contudo, observa-se grande heterogeneidade de categorização do CS para esse desfecho. Objetivo: Identificar pontos de corte do CS para rastreio de sintomas depressivos em idosos comunitários e verificar a associação entre essas condições. Métodos: Estudo transversal, de base domiciliar, com amostra de idosos (≥ 60 anos) comunitários de ambos os sexos. O desfecho foi a presença de sintomas depressivos, considerando a pontuação ≥ 6 avaliado pela Geriatric Depression Scale-15. A exposição foi o CS, adotando-se a média ponderada do tempo autorreferido no item “Tempo gasto sentado” em um dia de semana e final de semana, incluído no International Physical Activity Questionnaire. Os pontos de corte para categorização do CS foram determinados pela curva Receiver Operating Characteristic e foi realizada a análise de regressão logística multivariada para verificar a associação entre as categorias do CS e a presença do desfecho. Resultados: Foram avaliados 308 idosos (69,87 anos ±7,06), sendo a prevalência de sintomas depressivos de 30% (IC95%:25,0; 35,5). Os idosos que permaneciam tempos ≥ 4,5 horas/dia em CS apresentaram 1,78 vezes (IC95%:1,02; 3,11) maiores chances de terem sintomas depressivos quando comparados àqueles que ficavam tempos inferiores no mesmo comportamento. Conclusões: Houve associação entre o CS e sintomas depressivos nos idosos amostrados. Ressalta-se a importância dos idosos reduzirem o tempo em CS para < 4,5 horas/dia, a fim de diminuírem as chances de terem sintomas depressivos.