Racionalidade limitada e ruído na tomada de decisão: uma análise das sentenças de juízes eleitorais

Abstract

A análise do ruído surgiu devido à variabilidade em julgamentos que deveriam ser precisos. Ao contrário da teoria ortodoxa defendida até a atualidade, indivíduos não possuem capacidade cognitiva perfeita. A racionalidade limitada tem papel fundamental no processo decisório e, consequentemente, é insumo para a geração de erros. O ruído, inimigo invisível presente em julgamentos, possui duas formas, como a de nível e padrão, sendo necessário reduzir ambas. Através da análise de sentenças, realizadas por juízes eleitorais, relativas à prestação de contas de candidatos a prefeituras das capitais brasileiras e comparação de seus resultados, a existência do ruído torna-se evidente, assim como os problemas gerados por fatores internos e externos ao tomador de decisão. A análise foi realizada com amostra de 211 casos, julgados por 66 juízes eleitorais. Mesmo que os indivíduos não tomem decisões inteiramente racionais, como o homo economicus proposto por algumas vertentes da economia, é possível tomar medidas que tenham como objetivo diminuir a quantidade de ruído e de erros sistemáticos, tornando as decisões melhores e mais precisas.

Noise analysis arose due to variability in judgments that should be accurate. Contrary to the orthodox theory defended to date, individuals do not have perfect cognitive ability. Bounded rationality plays a fundamental role in the decision-making process and, consequently, is an input for the generation of errors. Noise, an invisible enemy present in judgments, has two forms, such as level and pattern, and it is necessary to reduce both. Through the analysis of sentences, carried out by electoral judges, regarding the rendering of accounts of candidates for mayors of Brazilian capitals and comparison of their results, the existence of noise becomes evident, as well as the problems generated by internal and external factors to the decision maker. The analysis was carried out with a sample of 211 cases, judged by 66 electoral judges. Even if individuals do not make entirely rational decisions, as the homo economicus proposed by some aspects of economics, it is possible to take measures that aim to reduce the amount of noise and systematic errors, making decisions better and more accurate.