Abstract:
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Objetivou-se investigar a relação entre comportamento sexual e infecções sexualmente transmissíveis (IST) com as características socioeconômicas e de saúde em idosos brasileiros. Trata-se de um estudo transversal, com dados provenientes da Pesquisa Nacional Saúde, 2019. Os desfechos considerados foram comportamento sexual e diagnóstico autorreferido de IST nos 12 meses. As associações foram testadas por meio de regressão de Poisson. A prevalência de comportamento sexual inadequado foi 88%, e menos de 1% referiu diagnóstico prévio de IST. Idosos de 70-79 anos e com pior percepção de saúde apresentaram maiores prevalências de comportamento sexual inadequado (RP:1,03 IC95%:1,01–1,07; RP:1,04 IC95%:1,01–1,06, respectivamente). Por outro lado, houve associação inversa entre estado civil e o referido desfecho, onde idosos divorciados/solteiros, bem como viúvos, tiveram menores prevalências de comportamento sexual inadequado (RP:0,80 IC95%:0,76–0,84; RP:0,77 IC95%: 0,72-0,84, respectivamente). Em relação ao diagnóstico de IST, mulheres idosas apresentaram prevalência 80% (IC95%:0,08-0,48) menor deste desfecho. Contudo, aqueles que relataram ser divorciados/solteiros tiveram prevalência quase 10 vezes maior (RP:9,93 IC95%:3,89-25,34) de relatar esse diagnóstico. Neste mesmo sentido, idosos que apresentaram multimorbidade tiveram maior prevalência do desfecho (RP:2,94 IC95%:1,14-7,53). Sabe-se que sexualidade e afetividade estão intimamente relacionadas à qualidade de vida, fazendo-se essencial a ampliação do cuidado do idoso ao englobar, também, práticas de prevenção de doenças e promoção de saúde referentes a hábitos sexuais. |