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A corrosão é caracterizada por um processo espontâneo, causando a deterioração de um material quando em contato com um meio corrosivo. Ela ocorre a partir de reações químicas simultâneas de oxidação e redução. Na primeira, há uma perda de elétrons, enquanto a segunda recebe essas partículas negativas que foram liberadas. Anualmente, muitos países gastam, em média, de 3 a 4% do seu PIB apenas para reparar os danos causados pela corrosão, haja vista que ela pode apresentar tanto implicações econômicas como ambientais. Nesse sentido, uma das formas de tentar retardar o processo corrosivo é a aplicação de revestimentos protetores. Para isso, torna-se necessário encontrar inibidores de corrosão que sejam ambientalmente seguros, eficazes e de baixo custo. Neste trabalho, investigou-se o comportamento do óleo essencial de orégano (OEO) como um possível inibidor de corrosão para obtenção de revestimento anticorrosivos à base de água, a partir da emulsificação do OEO com dodecil sulfato de sódio (SDS), brometo de hexadeciltrimetilamônio (CTAB) e N-Tetradecil-N,N-dimetil-3-amônio-1-propanossulfonato (SB3-14). Sendo assim, a partir do método de captação de radical DPPH (1,1-difenil-2-picril hidrazil) e por medidas de voltametria cíclica, foi avaliada a capacidade antioxidante do OEO. Além disso, foram realizados ensaios eletroquímicos, como espectroscopia de impedância eletroquímica (EIS) e potencial de circuito aberto (OCP), a fim de verificar a incorporação de óleo essencial de orégano em revestimento polimérico a base de éster acrílico/estireno disperso em água (Acronal S790) como um potencial inibidor do processo corrosivo em aço carbono. Como resultado, obteve-se um valor de IC50 de 6.055,8 μg/mL para a captação de radical DPPH, que está dentro da faixa reportada na literatura. Este resultado corroborou com o valor de potencial encontrado pelos ensaios voltamétricos, que foi de 0,89 V vs. NHE (eletrodo normal de hidrogênio). Dessa forma, o óleo essencial foi classificado como um pró-oxidante. Com base nos ensaios eletroquímicos, todas as amostras apresentaram uma variação positiva nos valores de OCP, inclusive para amostras apenas com surfactante, indicando que esses compostos também podem atuar como inibidores anódicos. Contudo, para as medições de EIS, os corpos de prova preparados com o surfactante SDS apresentaram um comportamento contrário em relação às outras amostras. Para os revestimentos contendo a emulsão de OEO em CTAB e SB3-14, incorporados no polímero, verificou-se um aumento da Rt (resistência total) e uma redução da Cc (capacitância do revestimento), com destaque para a amostra Acronal S790 + SB3-14 + OEO, que apresentou o maior aumento da Rt. Com relação à eficiência de inibição, foi possível observar que os valores para as amostras contendo o OEO foram maiores que 99% em relação ao aço sem revestimento, indicando que o óleo essencial de orégano pode ser uma interessante alternativa no desenvolvimento de um revestimento capaz de retardar a corrosão metálica. |
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