Abstract:
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Este trabalho apresenta a elaboração, aplicação e avaliação de uma proposta metodológica, desenvolvida junto a estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA), para o incentivo à leitura de textos literários, compreendida como ferramenta de mudança social. O objetivo central foi estimular a leitura de textos ficcionais de modo a promover, entre esses estudantes, leituras críticas e práticas de escrita relacionadas à compreensão do mundo contemporâneo e de suas próprias vivências. A proposta fundamenta-se nos conceitos de sujeito constituído (GERALDI, 2010)e formação (WILLIAMS, 1958), e no estudo de Petit (2008) acerca da importância da leitura na formação para a cidadania de jovens de áreas marginalizadas. Além disso, foi realizada uma contextualização histórica da EJA, seguida da abordagem de sua organização em âmbito estadual, municipal e na instituição em que foi aplicado o estudo, o Centro de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente – Professor Febrônio Tancredo de Oliveira (CAIC), na cidade de Palhoça (SC), com estudantes de uma turma de EJA do 7º ano do Ensino Fundamental. A metodologia envolveu questionários, leitura de textos em sala de aula e atividades escritas. Primeiramente foi realizado um questionário que permitiu conhecer os hábitos de leitura e algumas características socioculturais dos alunos. A seguir foram lidos com a turma textos de cinco gêneros literários: slam, diário, conto, carta e crônica. Depois da leitura e da discussão de cada texto, foram apresentadas atividades escritas. Por fim, realizou-se um questionário sobre a reação dos alunos à proposta apresentada. Todo o processo de aplicação da metodologia em sala de aula foi registrado em diário de campo. Após a coleta de dados, foram analisadas as atividades escritas produzidas pelos estudantes, em conjunto com as anotações de campo, e tabuladas as respostas aos questionários. O estudo teve como principais conclusões que textos que retratam a realidade aproximaram os alunos das leituras, que os alunos foram estimulados a ler fora do ambiente escolar, que o caráter infuncional das leituras e das aulas foi importante para os alunos durante o projeto e que sem acesso universal aos livros por meio de biblioteca não é possível uma democratização da leitura. |