Acesso a serviços de saúde e aquisição de equipamentos assistivos por crianças e adolescentes com paralisia cerebral no Sul do Brasil

Abstract

Objetivo. Descrever se crianças/adolescentes com Paralisia Cerebral (PC) no Sul do Brasil possuem acesso aos serviços de saúde e equipamentos assistivos. Métodos. Estudo de caráter descritivo e transversal, realizado no formato online com pais/responsáveis por crianças/adolescentes de um a 14 anos. Informações sobre acesso a serviços e equipamentos foram obtidas pelo questionário “Fatores contextuais”. A parte do corpo mais comprometida pelo questionário “Topografia”. As habilidades motoras grossas e manuais pelo “Sistema de Classificação da Função Motora Grossa (GMFCS)” e “Sistema de Classificação da Habilidade Manual (MACS)” respectivamente. Para a entrada, processamento e análise dos dados utilizou-se o programa Epi Info™, versão 7.0. Resultados. Participaram do estudo 27 crianças e cinco adolescentes. A maior parte das famílias possui renda mensal de um a dois salários mínimos (53,13%). Cerca de 20 crianças/adolescentes (62,50%) recebem o Benefício de Prestação Continuada. A maioria (53,33%) foi classificada como GMFCS V, porém, nenhum dos níveis do MACS se sobressaiu. Metade da amostra relata que o Sistema Único de Saúde é o principal serviço de saúde utilizado (50%). Apenas 12,50% dos pais/responsáveis responderam que no último ano não tiveram acesso às intervenções oferecidas por profissionais de saúde. Porém, quase metade (46,88%), relata não ter adquirido algum equipamento no último ano. Conclusão. Os resultados demonstram que o acesso aos profissionais de saúde é mais facilitado que a aquisição de equipamentos. Estes resultados podem ser úteis principalmente para gestores da área da saúde, para promover políticas públicas de facilitação ao acesso a equipamentos assistivos.

Objective. Describe whether children/adolescents with Cerebral Palsy (CP) in southern Brazil have access to health services and assistive equipment. Methods. Descriptive and cross-sectional study, conducted in online format with parents/guardians of children/adolescents from one to 14 years. Information on access to services and equipment was obtained by the questionnaire "Contextual factors". The body part most compromised by the "Topography" questionnaire. The thick and manual motor skills by the "Thick Motor Function Classification System (GMFCS)" and "Manual Skill Classification System (MACS)" respectively. For data entry, processing and analysis, the Epi Info™ program, Version 7.0, was used. Results. The study included 32 parents/guardians of children/adolescents. Most families have a monthly income of one to two minimum wages (53.13%). About 20 children/adolescents (62.50%) receive the Continued Benefit. The majority (53.33%) were classified as GMFCS V, but none of the MACS levels were out. Half of the sample reports that the Unified Health System is the main health service used (50%). Only 12.50% of the parents/guardians answered that in the last year they did not have access to the interventions offered by health professionals. However, almost half (46.88%) reported not having acquired any equipment in the last year. Conclusion. The results show that access to health professionals is easier than the acquisition of equipment. These results can be useful mainly for health managers, to promote public policies to facilitate access to assistive equipment.