Avaliação funcional de triatletas de média e longa distância

Abstract

Introdução: O triathlon é um esporte contínuo de natação, ciclismo e corrida. Por ser um esporte que necessita de treino para três modalidades e por serem atletas submetidos a grandes volumes de treino, a lesão neste esporte torna-se comum. Em razão disso, é fundamental investigar os fatores intrínsecos que podem influenciar na ocorrência dessas lesões. Objetivo: Avaliar os fatores intrínsecos dos atletas a partir de avaliações funcionais para encontrar a característica desta população. Métodos: Para este estudo transversal foi usado um questionário online e uma avaliação presencial. Foram coletados dados antropométricos, lesão prévia, acompanhamento fisioterapêutico e nutricional. Foram realizadas avaliações de força isométrica, amplitude de movimento e equilíbrio. Resultados e discussão: Um total de 21 participantes foram incluídos no estudo, 13 homens e 8 mulheres, e suas respectivas médias: idade: 42 anos, peso: 74,8kg, altura: 169,8cm, anos de prática: 6,7 anos. 85% dos atletas apresentaram lesões prévias, 76% sentem dor decorrente da prática do triathlon e 38% estavam lesionados no dia da avaliação. Os valores de equilíbrio dinâmico ficaram abaixo dos pontos de corte para o escore composto no Y balance test para o sexo feminino (MIE: 88 e MID: 87,4) mas normais para os homens (MIE: 91,1 e MID: 90,6). Os dados apresentados a seguir equivalem a média entre o sexo feminino e masculino do membro dominante direito de cada deste: força de musculatura abdutora de quadril: 167,9 N, rotadores externos de quadril: 148 N, extensores de joelho: 411,8 N e flexores de joelho: 167,7 N. ADM de quadril em RM: 29,8 cm e RL: 51,3 cm; GIRD: ADM em RL 97,5 cm, RM: 61,1 cm e ADM total de 159,1cm e Lung Test: 45,3 cm. Conclusão: Os valores de equilíbrio dinâmico ficaram abaixo dos pontos de corte para o escore composto no Y balance Test para o sexo feminino, mas normais para os homens. Os atletas apresentaram déficit de força para a musculatura abdutora de quadril e flexores de joelho para ambos os sexos, e as mulheres para rotadores externos de quadril no lado não dominante. Em ADM de tornozelo, os triatletas do sexo masculino e feminino obtiveram altos valores de ADM para dorsiflexão quando comparado a jogadores de futebol, basquete, e também aos valores de referência, apresentando menor probabilidade de entorses de tornozelo. Quanto a mobilidade de quadril, apesar dos valores terem sido menores do que os valores obtidos pelos corredores de longa distância, não apresentaram restrição de mobilidade e nenhum dos atletas apresentaram déficit de rotação glenoumeral patológica.

Introduction: Triathlon is a continuous sport of swimming, cycling and running. Because it is a sport that requires training for three modalities and because they are athletes who undergo large volumes of training, injury in this sport becomes common. Therefore, it is essential to investigate the intrinsic factors that can influence the occurrence of these injuries. Objective: To evaluate the intrinsic factors of athletes from functional assessments to find the characteristic of this population. Methods: For this cross-sectional study, an online questionnaire and a face-to-face assessment were used. Anthropometric data, previous injury, physiotherapeutic and nutritional follow-up were collected. Assessments of isometric strength, range of motion and balance were performed. Results and discussion: A total of 21 participants were included in the study, 13 men and 8 women, and their respective averages: age: 42 years, weight: 74.8 kg, height: 169.8 cm, years of practice: 6.7 years . 85% of the athletes had previous injuries, 76% felt pain resulting from triathlon practice and 38% were injured on the day of the evaluation. Dynamic balance values were below the cutoff points for the composite score in the Y balance test for females (MIE: 88 and MID: 87.4) but normal for males (MIE: 91.1 and MID: 90, 6). The data presented below are equivalent to the average between females and males of the right dominant limb of each of these: hip abductor muscle strength: 167.9 N, external hip rotators: 148 N, knee extensors: 411.8 N and knee flexors: 167.7 N. Hip ROM at RM: 29.8 cm and RL: 51.3 cm; GIRD: RMD in RL 97.5 cm, RM: 61.1 cm and total RMD of 159.1 cm and Lung Test: 45.3 cm. Conclusion: Dynamic balance values were below the cut-off points for the composite score in the Y balance Test for females, but normal for males. Athletes showed a deficit in strength for the hip abductor musculature and knee flexors for both sexes, and women for external hip rotators on the non-dominant side. In ankle ROM, male and female triathletes obtained high ROM values for dorsiflexion when compared to soccer and basketball players, and also to the reference values, showing a lower probability of ankle sprains. As for hip mobility, despite the values being lower than the values obtained by long-distance runners, they did not present mobility restriction and none of the athletes presented pathological glenohumeral rotation deficit.