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O presente relatório foi realizado a partir de nossas experiências de observação, bem como do planejamento e execução de nosso projeto de docência, intitulado “O cinzento das ruas arrepiadas”: a urbes nos poemas de Mário de Andrade. O projeto foi desenvolvido para (e aplicado em) uma turma de 3º ano do Ensino Médio do Colégio de Aplicação – UFSC, localizado no bairro Trindade, em Florianópolis, e orientado pela Prof.ª Dr.ª Isabela Melim Borges, no período entre abril e junho de 2022. Por se tratar de uma turma de terceirão, existe certa preocupação com os livros selecionados para o vestibular da UFSC. Assim sendo, a pedido do regente da turma, o Prof. Dr. George França, nos debruçamos sobre o livro Pauliceia desvairada, de Mário de Andrade, que atualmente completa 100 anos. Para trabalhar com a obra de Mário, nos ancoramos em visão sociointeracionista da linguagem, a partir das ideias tanto de Bakhtin (2003), quanto de Geraldi (1984, 1993), de forma a tornar os discentes sujeitos ativos na construção de seus conhecimentos. Tendo em vista os quatro eixos de ensino de Língua Portuguesa – leitura, produção de textos, oralidade e prática de análise linguística –, planejamos e executamos nossas aulas em torno do gênero poesia, o qual, costumeiramente, é pouco trabalhado em sala de aula. Levando em conta que os textos produzidos pelos discentes devem ser produzidos na escola e não para a escola (Geraldi), propusemos aos/às estudantes – a partir da obra Pauliceia Desvairada e de temas relacionados a ela, como a Semana de Arte Moderna e os movimentos de vanguarda europeia – a redação de um Jornal Literário que dialogasse seja com a obra de Mário, seja com os outros temas abordados em aula, a fim de que suas produções pudessem circular por outros espaços, como o próprio Colégio Aplicação ou o mundo virtual. |
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