Situação de emprego e de trabalho das mulheres em Florianópolis (SC): divisão etária e a pandemia de Covid-19.

Abstract

Esta pesquisa de caráter descritivo e de abordagem quantitativo-qualitativa, tem como objetivo identificar e fazer um comparativo entre as principais dificuldades apresentadas pelas mulheres da região da grande Florianópolis para obterem emprego no período da pandemia de Covid-19, tendo a faixa etária como principal elemento de confrontação, a partir de uma metodologia interseccional, onde sexo, raça e classe são considerados como elementos indissociáveis, que se coproduzem e influenciam diretamente na contratação, ou não, dessas mulheres. Baseia-se em pesquisa realizada em 2021 com base em survey aplicado de forma remota entre outubro e dezembro do mesmo ano, entrecruzando dados socioeconômicos com os fluxos dentro do mercado de trabalho durante a crise sanitária. Foi possível observar que as mulheres jovens desta pesquisa transitaram entre emprego e desemprego e ocuparam vínculos precários de trabalho em Florianópolis/SC, sendo o grupo de mulheres negras o mais prejudicado. Tais resultados expressam as influências dos determinantes de gênero, raça/cor e idade no mercado de trabalho catarinense, assim como, destacam que a divisão sexual do trabalho reproduz padrões de subordinação da classe trabalhadora feminina, principalmente quando se trata das mulheres negras, que em sua maioria ocupa trajetórias instáveis e mal remuneradas.

This descriptive research with a quantitative-qualitative approach aims to identify and make a comparison between the main difficulties presented by women in the Florianópolis region to obtain employment in the period of the Covid-19 pandemic, having the age group as the main element of confrontation, from an intersectional methodology, where sex, race and class are considered as inseparable elements, which co-produce and directly influence the hiring, or not, of these women. It is based on a research carried out in 2021 based on a survey applied remotely between October and December of the same year, crossing socioeconomic data with the flows within the labor market during the health crisis. It was possible to observe that the young women in this research moved between employment and unemployment and occupied precarious work relationships in Florianópolis/SC, with the group of black women being the most affected. Such results express the influences of the determinants of gender, race/color and age in the Santa Catarina labor market, as well as highlighting that the sexual division of labor reproduces patterns of subordination of the female working class, especially when it comes to black women, who in most of them occupy unstable and poorly paid careers.