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Este Trabalho de Conclusão de Curso, caracterizado como uma pesquisa exploratória e
documental, propôs-se a compreender o discurso midiático através das estratégias discursivas
que realizaram o agendamento da seleção masculina de vôlei do Brasil para os Jogos
Olímpicos (JO) de Atenas 2004, ou seja, como se “geraram” expectativas da medalha de ouro
pela mídia impressa. Tratou-se o vôlei (origem e trajetória, em âmbito mundial, mas
principalmente com relação ao Brasil, enfatizando sua ascensão e transformação em
espetáculo esportivo) e a mídia esportiva (estudos sobre os meios de comunicação de massa, a
agenda/agendamento e também o jornalismo esportivo). Quanto aos procedimentos
metodológicos, acompanhou-se de maio a setembro as matérias veiculadas pelo Jornal Folha
de São Paulo (FSP) que se referiam à equipe brasileira, sendo que o objeto de estudo foi
abordado através da análise de conteúdo. Elaborou-se, então, oito categorias, que foram as
estratégias utilizadas pela FSP para “criar” expectativas nos leitores/torcedores. As categorias
foram divididas em dois períodos temporais: Período Pré-Olimpíada (compreendido do dia
primeiro de maio até o dia treze de agosto) e Período Olímpico (do dia quatorze ao dia trinta
de agosto). No primeiro período, as categorias: “Laboratório” (a Liga Mundial de Vôlei
como uma preparação para os Jogos Olímpicos; além dos testes, rodízios e lesões que se
deram), “Favoritismo” (as vitórias da equipe brasileira na Liga Mundial, sua invencibilidade
e liderança no grupo como estratégia para confirmar o favoritismo brasileiro nas Olimpíadas),
“Estilo Bernardinho” (reportagens que evidenciavam um “estilo” bem peculiar ao técnico
Bernardinho) e “Retrospecto” (a partir da entrada do técnico na equipe, conquistando “11
títulos em 14 torneios disputados”). Já as categorias “Família Bernardinho” (reportagens
sobre a rotina da seleção, o técnico e seus “comandados”, comparando a equipe a uma
“família”), “Missão Atenas” (tratando a campanha brasileira nos JO como uma “missão”),
“Retrospecto” e “Favoritismo” (as duas últimas aconteceram de maneira semelhante ao
período anterior) fizeram parte do segundo período. Desta maneira, pode-se dizer que a FSP
teve uma estratégia singular a respeito do tema, criando, com relação à equipe brasileira, uma
imagem de favorita à conquista olímpica. O fato de agendar o evento é uma estratégia da
mídia, pois assim “chama a atenção” e fideliza os leitores, utilizando a figura dos olimpianos
(celebridades esportivas – Bernardinho e seus jogadores) para vender mais jornal. Outra
consideração é que o retrospecto da seleção brasileira foi utilizado para sustentar o
favoritismo nos JO. Por último, evidenciou-se a “tentativa” de construção de ídolos do esporte
nacional, devido ao grande enfoque dado ao técnico Bernardinho e a alguns jogadores
(Nalbert, Giovane, Maurício, Giba e Ricardinho). |
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