Abstract:
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Objetivo: Analisar a associação entre a presença de sintomas depressivos e o relato de infarto agudo do miocárdio em idosos brasileiros. Métodos: Trata-se de um estudo transversal com dados do Estudo Longitudinal de Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil), de 2015-16. A variável dependente foi o diagnóstico de infarto autorreferido e a presença de ≥4 sintomas depressivos mensurados pelas CES-D8 como exposição principal. Realizou-se análise logística com dados completos ajustada por fatores socioeconômicos (idade, sexo, raça/cor, escolaridade, renda) e de saúde (hábitos de vida, percepção de saúde e memória). Resultados: Foram incluídos 7.582 participantes, 53,3% feminino, 50,5% de 50 a 59 anos, 44,9% pardos, 45,3% nunca fumaram, 69,0% fisicamente ativos, 91,1% com consumo inadequado de frutas, legumes e verduras, 9,7% com comportamento de risco no consumo de álcool, 5,4% tiveram diagnóstico de infarto e 33,5%, ≥4 sintomas depressivos. A prevalência de sintomas depressivos aumentados foi 7,5% em quem teve infarto e 3,6% em quem não teve (p<0,001). A chance de ter de ≥4 sintomas depressivos em quem teve infarto foi 77% maior (OR: 1,77; IC95%:1,40-2,26) comparados com seus pares, ajustados por características sociodemográficas e de saúde. Conclusão: A presença de infarto prévio associou-se significativamente a maior prevalência de sintomas depressivos no envelhecimento demonstrando a importância do rastreamento dessa condição nessa população. Além disso, ressalta-se a necessidade de promoção de uma dieta adequada (com frutas, legumes e verduras) e demais hábitos saudáveis entre pessoas nessa condição, visto o fator protetivo para alterações vasculares relacionadas mutuamente com depressão e infarto. |