O açaí é uma fruta da região Amazônica com excelente valor nutricional. No entanto,
apresenta uma alta perecibilidade. Assim, essa fruta é geralmente comercializada como
suco de açaí congelado, o que dificulta a sua exportação, implicando em altos custos de
transporte de grandes volumes. Métodos que aumentem a vida útil do açaí e reduzam
custos de transportes vêm surgindo. A secagem é um processo que apresenta esses
objetivos, além de facilitar o uso e diversificar a oferta do produto. As técnicas de
secagem e as condições do processo devem ser cuidadosamente selecionadas para
preservação dos compostos presentes na fruta. O cast-tape drying (CTD), que tem sido
amplamente estudado no laboratório PROFI, pode ser uma boa opção para a secagem
de alimentos termossensíveis, pois utiliza temperaturas moderadas e tempos de
secagem relativamente curtos. Em vista disso, o principal objetivo deste estudo foi
produzir açaí em pó por CTD e avaliar o efeito da adição de pectina em diferentes
concentrações (0%, 1% e 3%, m/m) no processo de secagem e na preservação das
antocianinas presentes no pó de açaí. O comportamento de secagem foi avaliado por
meio das cinéticas de umidade e de atividade de água. A adição de pectina,
independente da concentração, apresentou menor velocidade de secagem,
consequentemente, maior tempo de processo (32 min). Os pós de açaí obtidos pela
secagem das diferentes suspensões foram caracterizados quanto à umidade, atividade
de água e teor de antocianinas. O teor de umidade das amostras foi em torno de 2%
(base úmida) e atividade de água foi menor que 0,420. Além disso, a retenção de
antocianinas nos pós de açaí variou de 79-89%, sendo que a adição de 3% de pectina
resultou na maior preservação desse composto. Portanto, a adição de pectina em uma
concentração de 3% pode ser uma alternativa adequada para a produção de açaí em
pó por CTD em aproximadamente 30 min e com elevada retenção de antocianinas.
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Seminario de Iniciação Científica e Tecnológica. Universidade Federal de Santa Catarina. Centro de Ciências Tecnológicas. Engenharia de Alimentos.