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A Síndrome de Burnout (SB) é caracterizada como uma estafa crônica advinda da resposta prolongada a diversos estressores no ambiente de trabalho. A pandemia causada pelo vírus Sars-CoV-2 impactou diretamente no trabalho dos profissionais de saúde. Alterou-se o cotidiano dos profissionais de saúde, que passaram a lidar com uma nova demanda, com hospitais lotados e falta de recursos, exigindo um grande esforço físico e emocional dos trabalhadores para garantir a saúde do maior número de pessoas. Este projeto de pesquisa tem por objetivo identificar quais são as principais fontes potenciais de pressão no trabalho que podem contribuir com o estresse ocupacional dos trabalhadores do HU-UFSC. Para a pesquisa, elaborou-se uma revisão integrativa, com o objetivo de analisar o estado da arte da produção científica sobre SB nos últimos 10 anos, e sua associação com a pandemia causada pela Covid-19 em instituições hospitalares, buscando identificar sobre quais perspectivas as análises realizadas têm desenvolvido suas pesquisas. Para isso, realizou-se uma busca no portal da BVS, pesquisando nas bases MEDLINE, LILACS e SciELO, no período de 28 a 31 de maio de 2021. Os termos utilizados foram: “síndrome de burnout/esgotamento profissional”, "satisfação profissional”, "profissional da saúde”, “saúde do trabalhador” e “covid”, e seus respectivos descritores em inglês, português e espanhol. Foram encontrados 103 artigos e, após a remoção dos artigos duplicados e aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, selecionou-se 31 estudos para essa pesquisa. Os resultados mostraram que a pandemia de Covid-19 ocasionou impactos na rotina dos profissionais de saúde, com potencial em repercutir, negativamente, na saúde física e psíquica da equipe de enfermagem. A condições de trabalho relacionadas ao esgotamento profissional foram descritas em 51,61% (n=16) dos artigos analisados, sendo preponderantemente relatadas as situações de escassez de EPIs (62,5%, n=10), desconhecimento da doença e dos protocolos assistenciais (50,0%, n=8) e sobrecarga de trabalho (50,0%, n=8). No entanto, verificou-se que poucos estudos (n=8) dedicam-se a analisar estes condicionantes enquanto causalidade do processo de adoecimento, relacionando as dificuldades e desafios encontrados nos ambientes organizacionais com a precarização do processo de trabalho. Conclui-se que os estudos analisados possibilitaram analisar a situação de saúde relacionada ao adoecimento dos trabalhadores de saúde devido à SB. Embora os estudos descrevam cenários vinculados à emergência de saúde pública propiciada pela pandemia da SARS-Cov-2, podem ser observados indícios que apontam que a precariedade e dificuldades de gerenciamento encontradas relacionam-se ao desenvolvimento do trabalho em saúde, agudizadas pelas demandas apresentadas pela pandemia. |
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