Abstract:
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A partir de “Políticas de Exhumación”, de Analía Gerbaldo, este relatório é resultado do projeto “Teorias viajantes. Histórias da Teoria Literária no Brasil e suas correlações com América Latina (1986-2000)”. Foi objetivo deste, a criação de um banco de dados das práticas de ensino da Teoria Literária na UFSC, durante o período de 1986-2000. A partir da metodologia qualitativa e de análise de arquivos disponíveis no Arquivo Central da UFSC e no Departamento de Língua e Literatura Vernáculas (DLLV), analisamos os planos de ensino e as ementas das disciplinas de Teoria Literária em um recorte de 1954-2000, com ênfase no período 1993-2000. Obtivemos como resultado que a filosofia espiritualista cristã, pregada como princípio formativo da Faculdade Catarinense de Filosofia, foi um importante agente para que teorias como a Estilística, o Formalismo Russo e New Criticism tivessem a expressão que tiveram durante as décadas de 1960 e 1970. Ademais, a Reforma Universitária de 1970, que agregava o princípio do tecnicismo, endossaram essas correntes e acrescentaram o Estruturalismo, que ganhou espaço de relevância, mas não conseguiu tirar a força que o Formalismo e o New Criticism exerciam por aqui. Isso nos permitiu hipotetizar a aproximação da UFRJ e da UFSC, principalmente considerando a presença de Afrânio Coutinho nos currículos, ementas e planos de ensino. No período de (re)democratização, as nano-intervenções dos professores em seus planos de ensino, apesar de estarem engessados pela visão historiográfica e categórica das ementas, modificaram o que estava em segredo (intrínsecas “sobrepõem-se” à extrínsecas), e marcam a aproximação da UFSC com as correntes pós-estruturalistas, com ênfase na desconstrução e no estudo da cultura de massas. Chamamos a atenção, também, a aparição de correntes teórico-românticas e o abafamento da Literatura Comparada, por mais tivéssemos disciplinas, e os textos de Candido ocupassem dezesseis títulos nos dezenove planos de ensino analisados. |