Produção e caracterização de filme indicador multicamada de polietileno de baixa densidade linear (PELBD) e um blend de amido/pectina contendo antocianinas da casca da uva (Vitis labrusca) pela tecnologia de plasma a frio

Abstract

O presente trabalho tem como objetivo produzir filmes bicamada indicadores de pH de polietileno de baixa densidade (PEBD) e uma camada de pectina contendo antocianinas extraídas da casca da uva, compatibilizados através do tratamento de plasma frio (PF). Os filmes de PEBD foram tratados com o PF atmosférico de descarga de barreira dielétrica (DBD) a 18 kV, 130 Hz, gap de 1,5 mm e tempo de tratamento de até 120 s. Após o tratamento, 1 mL de suspensões de pectina com diferentes concentrações de extrato contendo antocianinas foram depositadas sobre o filme de PEBD tratados e secos em condições ambiente. O extrato da casca de uva foi caracterizado quanto a sua concentração total de antocianinas e capacidade de alteração de cor com o pH. Para avaliar qualitativamente a adesão, foi realizado o teste de fita nos filmes de bicamada sem tratamento e com diferentes tempos de tratamento com PF. Para avaliar a capacidade de mudança de cor com o pH, os filmes bicamadas foram imersos em soluções tampão de pH 1 a 13 e sua cor foi analisada. A adesão entre as camadas melhorou de 0B (> 65%) de descamação em amostras não tratadas para 5B (0%) de descamação após de 60 s de tratamento com PF. Filmes com maiores concentrações de extrato apresentaram melhor adesão quando comparados com o filme sem extrato. Os melhores tempos de tratamento no intervalo utilizado no presente trabalho foi o de 60 e 120 s, obtendo a melhor adesão entre as camadas. Foi possível observar na análise colorimétrica que os parâmetros L* e a* dos filmes bicamadas aumentaram de acordo com o aumento de extrato enquanto que o parâmetro b* diminuiu. Com a mudança do pH, todos os filmes bicamadas apresentaram o mesmo comportamento, obtendo um ΔE > 5, indicando variação de cor perceptíveis visualmente. Dessa forma, os filmes do presente trabalho apresentam potencial para serem usados como indicadores de frescor em alimentos embalados, através da utilização de uma tecnologia não térmica, limpa, e agregando valor ao resíduo do processamento da uva.