Avaliação das propriedades de transporte da Celulose Bacteriana modificada como elemento para células de combustível microbiana
Author:
Albino, Francesca Tatiana
Abstract:
As células de combustível de membrana de troca de prótons surgiram como fontes de energia limpa com amplas aplicações. As membranas perfluorossulfonadas, especialmente as membranas Nafion® (DuPont), têm sido consideradas o padrão em células a combustível, atribuídas à sua superior estabilidade térmica, mecânica, química e alta condutividade de prótons. Por outro lado, apresentam várias desvantagens como o alto custo resultante dos complicados processos de fabricação. Tendo em vista a diminuir o custo de produção para a conversão de energia eletroquímica em células de combustível, uma tecnologia chave no desenvolvimento da economia do hidrogênio, são necessários o estudo de novos materiais. A celulose bacteriana surgiu como um candidato potencial para esta importante aplicação.
A celulose bacteriana tem a mesma formulação química que a celulose vegetal, porém suas fibras estão na escala manométrica, dando a esse tipo de celulose características distintas. Entre essas propriedades destacam-se a alta resistência mecânica e à tração, a possibilidade de inserções de materiais para obtenção de compósitos, cristalinidade, pureza química e elevada capacidade de ligação à água, baixa permeação de gás e boa biocompatibilidade, porém a condutividade de prótons não é tão elevada.
Neste sentido o trabalho teve como objetivo funcionalizar a celulose bacteriana e caracterizar as membranas obtidas, a fim de verificar a possibilidade de seu uso como polímero alternativo à membrana de Nafion.
Neste trabalho foi avaliada a produção e funcionalização de membranas a base de celulose microbiana para uso em células a combustível. As análises feitas via DRX confirmam a formação da estrutura a base de celulose, sendo evidenciada e comprovada pela análise termogravimétrica. A microestrutura analisada por MEV mostra a presença de fibras e filamentos característicos da celulose. Devido ao tempo de projeto e em decorrência da pandemia que ocorreu, as análises de condutividade e coeficiente de difusão das amostras ainda necessitam serem feitas nas amostras funcionalizadas, apesar disso constatou-se que as membranas produzidas têm viabilidade para uso em células a combustível e há necessidade de estudos posteriores para um melhor entendimento de seu funcionamento.