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Tudo na vida precisa de equilíbrio. Em toda ideia, ação, prática, trabalho, o que
quer que seja, existe um aspecto intuitivo, criativo, sensível, inconsciente e outro prático,
técnico, lógico, consciente. Em nosso processo de formação como sociedade, passamos a
priorizar o segundo aspecto e a negligenciar o primeiro. Na prática projetual, isso também se
faz notar: o processo criativo e intuitivo é apenas uma pequena porção em meio a métodos
sistemáticos e lineares, com fases pré-definidas e checklists de requisitos técnicos a serem
contemplados pelo projetista. No entanto, há de se reconhecer que um aspecto é tão
importante quanto o outro e, neste sentido, o presente trabalho de conclusão surge de uma
inquietação: Como podemos aprimorar e contribuir para o processo criativo e intuitivo de
projetos em arquitetura? Será que grandes ideias e uma arquitetura de qualidade surgem de
um insight aleatório, fadado ao acaso ou dependente da “genialidade” ou “dom criativo” de
um arquiteto? Ou ainda, será que podemos criar instrumentos que auxiliem a trazer mais
clareza para tal momento, característico das primeiras etapas de projeto, que guiem a nós,
arquitetos, a transmitir de forma mais clara e expressiva os valores, sentimentos e desejos
abstratos trazidos muitas vezes pelo cliente ou como partido conceitual? A partir do estudo
da teoria junguiana, da semiótica – área que estuda sistemas linguísticos e simbólicos – da
percepção ambiental, da fenomenologia e do branding, buscou-se criar uma ferramenta-guia
para projetos de arquitetura comercial, que permita ao projetista visualizar diferentes
variáveis de projeto com a intenção de denotar um significado profundo ao lugar. Com
auxílio da pesquisa bibliográfica, de estudos de caso, de visitas de observação in loco, de um
questionário de pesquisa e de uma análise crítica, obteve-se a criação de um
instrumento-guia da primeira fase de projeto – do briefing ao anteprojeto – no formato de
mandala dividida em quatro grupos gerais, os quatro elementos (inquietações e aspirações
humanas coletivas e primordiais), subdivididos em doze arquétipos que representam
aspectos ambientais. Espera-se contribuir para a criação de projetos de arquitetura comercial
que proporcionem experiências ambientais mais positivas a seus usuários. |
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