Influência dos níveis da deficiência visual no desempenho de paraciclistas e paratriatletas

Abstract

Nos esportes para pessoas com deficiência visual, a avaliação dos atletas ocorre de maneira clínica, passando por um oftalmologista, que utiliza exames de acuidade e campo visual. De acordo com eles podemos ter diferentes classificações dentro do grupo de atletas, sendo: B1, os atletas cegos, B2 e B3, os atletas com baixa visão. Os atletas de paraciclismo e paratriathlon competem entre si, mesmo com diferentes níveis de deficiência visual, indo de encontro aos princípios do movimento paralímpico, que incentiva um processo de classificação mais justo e baseado em evidências. Portanto, os objetivos dos estudos foram comparar o desempenho de homens e mulheres, entre as diferentes classes (B1/PTVI1, B2/PTVI2 e B3/PTVI3) de atletas com deficiência visual (DV) nas modalidades de Paraciclismo e Paratriathlon e a distribuição de medalhas. Os resultados do paraciclismo mostram que quanto maior o grau de comprometimento da deficiência visual (B1), maior são os tempos utilizados nas parciais e tempo final de prova, logo, menores velocidades. Além de uma maior aquisição de medalhas pelo grupo B3. Os resultados do paratriathlon apresentaram diferenças nos tempos de transição, no qual o grupo com maior comprometimento visual (PTVI1) tem menor desempenho durante estes estágios. Ao compararmos a aquisição de medalhas, o grupo PTVI3 mostra com uma maior porcentagem de medalhas. Nossos achados indicam que as disputas no paraciclismo e paratriathlon podem necessitar de uma revisão nos seus sistemas de classificação, para que as disputas sejam mais justas para os atletas com deficiência visual.

Abstract: In sports for people with visual impairments, the athletes are evaluated clinically, through an ophthalmologist, who uses acuity and visual field tests. According to them, we can have different classifications within the group of athletes, being: B1, blind athletes, B2 and B3, athletes with low vision. Paracycling and paratriathlon athletes compete against each other, even with different levels of visual impairment, in line with the principles of the Paralympic movement, which encourages a fairer and evidence-based classification process. Therefore, the aims of the studies were to compare the performance of men and women, between the different classes (B1/PTVI1, B2/PTVI2 and B3/PTVI3) of athletes with visual impairment in the modalities of Paracycling and Paratriathlon and the distribution of medals. The results of paracycling show that the greater the degree of impairment of visual impairment (B1), the greater the times used in the partials and final time of the race, therefore, lower speeds. In addition to a greater acquisition of medals by the B3 group. The paratriathlon results showed differences in transition times, in which the group with greater visual impairment (PTVI1) has lower performance during these stages. When comparing the acquisition of medals, the PTVI3 group shows a higher percentage of medals. Our findings indicate that paracycling and paratriathlon disputes may need a review of their classification systems, so that disputes are fairer for athletes with visual impairments.