Ozonioterapia e laserterapia no tratamento de feridas cirúrgicas complexas: estudo piloto

Abstract

O presente trabalho aborda um estudo piloto com delineamento de ensaio clínico controlado e randomizado realizado em um hospital escola público na região sul do Brasil, no período de março de 2021 a fevereiro de 2022. Os pacientes recrutados para estudo foram encaminhados pela equipe de cirurgia plástica da instituição e a amostra final foi constituída por de 29 participantes.O acompanhamento era realizado semanalmente de forma ambulatorial. Para a coleta de dados foram utilizados instrumentos para avaliação clínica elaborado pela pesquisadora principal; escala numérica da dor; registros do prontuário eletrônico; registros fotográficos; mensuração da ferida. Para avaliar a viabilidade do estudo utilizou-se a classificação: inviável, viável com modificações, viável com acompanhamento ou viável. As características demográficas e clínicas dos pacientes foram descritas e contrapostas com literatura científica atualizada. Os resultados foram apresentados na forma de manuscrito, bem como a discussão, sendo que ao final do estudo, foi possível inferir que para sua viabilidade é necessário: alterar a forma de recrutamento dos pacientes; inserir programa informatizado para etapa de randomização; alterar o protocolo clínico realização de higiene da ferida e ajustar dosimetrias de laser e ozônio; alterar forma de realização dos registros fotográficos; incluir instrumento de monitoramento dos casos e controle de infecção; estabelecer parcerias extra-institucional para aquisição de insumos/equipamentos; elaborar materiais educacionais para pacientes e familiares; avaliar a experiência dos participantes em relação à pesquisa e terapias utilizadas; inclusão de telemonitoramento de enfermagem. Em relação à caracterização dos participantes, dos 29 pacientes, 13 eram mulheres, 16 homens, com idade média de 50 anos. O tamanho inicial das lesões variou entre 0,25 e 748 cm2 e o tamanho final de 0,25 e 1,5 cm2. A mediana do percentual de redução no grupo controle foi de 10% da área no comparativo entre o primeiro e o último atendimento. No grupo experimental de laserterapia a redução percentual mediana das lesões foi de 50 % e a dor progrediu de 7 para zero; enquanto no grupo experimental de ozonioterapia a redução do tamanho das lesões foi de 85% e a progressão álgica de 9 para zero. A conclusão é que o estudo é viável desde que realizadas modificações progressão para o estudo principal. O desenvolvimento de ensaios clínicos randomizados, especialmente na área de Estomaterapia, ainda é um desafio para Enfermagem. estudos-piloto podem ser essenciais para o ensaio e desenvolvimento de futuras pesquisas que poderão conferir maior robustez à área.