Title: | Knowledge and attitudes of smallholder dairy farmers regarding the use of antibiotics to manage mastitis |
Author: | Woodroffe, Raphaela Elizabeth |
Abstract: |
O objetivo deste estudo era explorar atitudes e práticas dos produtores leiteiros em relação ao uso de antimicrobianos (AMU) e a resistência antimicrobiana (AMR) no contexto do tratamento da mastite. Utilizamos entrevistas pessoais aprofundadas, com 57 produtores de leite de cinco municípios que pertencem à microrregião de Tubarão, uma das principais regiões produtoras de leite do estado de Santa Catarina, Brasil. A produção das fazendas era a baseadas de pasto, os rebanhos eram compostos em média por 28 vacas em lactação e a produção de leite era de 13 (de 7 a 25) L/ vaca/dia, composta principalmente por vacas Jersey (77%) e suas cruzas. Todos os agricultores consideravam a AMU essencial tanto para a prevenção como para o tratamento da mastite, mas consideravam a AMU caro. Identificámos uma potencial má utilização de antibióticos nos relatos de: 1. AMU generalizado na ausência de diagnóstico ou indicação veterinária; 2. molécula, dosagem e duração dos tratamentos com base na experiência empírica dos produtores, construída a partir de recomendações veterinárias de visitas passadas de emergência, vendedores agrícolas, ou anúncios comerciais; 3. dosagens frequentemente aumentadas (\"para melhorar a eficácia\"). Todos os agricultores relataram ter comprado antibióticos sem receita nas agropecuárias, ou na fazenda de vendedores de insumos agrícolas. Os veterinários só eram chamados quando percebiam uma necessidade extrema; a prevenção da mastite nunca era discutida, contudo a assistência veterinária era frequentemente associada à venda de antibióticos. As vendas eram também promovidas em seminários e dias de campo. Os agricultores nem sempre conseguiam explicar como os antibióticos e a resistência funcionavam e alguns tinham uma ideia equivocada, de que era a vaca que se tornava resistente ao antibiótico. A maioria dos agricultores alimentava os bezerros com leite de vacas tratadas e poucos estavam conscientes do risco associado à AMR. Discutindo políticas que visavam um uso prudente de antibióticos para reduzir a AMR, alguns agricultores argumentaram que isto iria aumentar os custos de produção, a perda de leite e o abate das vacas devido à mastite, e que devido a isto alguns agricultores iriam abandonar a produção leiteira. Outros foram mais optimistas, esperando se beneficiar de incentivos financeiros baseados na qualidade do leite. Os produtores expressaram atitudes negativas em relação a realizar a transição para produção orgânica.; a impossibilidade de utilizar pesticidas, sementes transgênicas e o não AMU foram os principais obstáculos apontados pelos produtores. O uso prudente de antibióticos na área exige uma mudança cultural do atual tratamento reativo para a gestão preventiva; um melhor controle de vendas; assistência veterinária centrada na prevenção da mastite; e apoio financeiro aos produtores para que possam cumprir as normas de qualidade do leite. Abstract: The aim of this study was to explore attitudes and practices of dairy farmers regarding antimicrobial use (AMU) and antimicrobial resistance (AMR) in the context of treatment of mastitis. We used in-depth face-to-face interviews, with 57 dairy farmers from five municipalities that belong to the micro-region of Tubarão, one of the main milk producing regions in Santa Catarina state, Brazil. Farms were pasture based, herds were on average 28 lactating cows and milk production of 13 (from 7 to 25) L/cow/day, mainly composed by Jersey cows (77%) and their crosses. All farmers considered AMU essential both for the prevention and treatment of mastitis but considered AMU expensive. We identified potential misuse of antibiotics in reports of: 1. widespread AMU in the absence of direct veterinary diagnosis or indication; 2. molecule, dosage and duration of treatments based on farmers? empirical experience, built from past recommendations from emergency veterinary visits, agricultural sellers, or commercial advertisements; 3. Use of dosages often increased (?to improve effectiveness?). All farmers reported buying antibiotics without prescription in farming stores, or on-farm from agricultural inputs sellers. Veterinarians were only called when perceiving extreme necessity; prevention of mastitis was never discussed, but veterinary assistance was often associated with the sale of antibiotics. Sales were also promoted in seminars and field days. Farmers not always could explain how antibiotics and AMR worked; some expressed misconceptions, for example that the cow was the one becoming resistant to the antibiotic. Most farmers fed the calves milk from treated cows and few were aware of the associated risk of AMR. Discussing policies aiming at prudent AMU to reduce AMR, some farmers argued that this would increase production costs, loss of milk and cows? culling due to mastitis, and that some farmers would abandon dairy farming. Others were more optimistic, expecting to benefit from financial incentives based on milk quality. The farmers had negative attitudes about organic production; the impossibility of using pesticides, transgenic seeds and no AMU were the main obstacles pointed out by farmers. Prudent AMU in the area calls for a cultural shift from the current reactive treatment to preventive management; a better enforcement of controlled sales; veterinary assistance focusing on mastitis prevention; and financial support for farmers to meet the milk quality standers. |
Description: | Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Agrárias, Programa de Pós-Graduação em Agroecossistemas, Florianópolis, 2022. |
URI: | https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/242645 |
Date: | 2022 |
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