Abstract:
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Introdução: o profissional enfermeiro é aquele que tem o contato inicial com vítimas de
agressão nos serviços de emergência, necessitando de conhecimento para identificar e avaliar
esse paciente, incorporando assistência terapêutica nos cuidados físicos, emocionais e sociais,
com técnicas e habilidades para realização de coleta e preservação de vestígios. Por se tratar
de uma especialidade ainda pouco conhecida no Brasil, a Enfermagem Forense tem sua
atuação limitada, mesmo que a equipe de enfermagem lide de forma direta com vítimas de
violência que chegam primariamente nos serviços de emergência. Objetivo: Identificar o
conhecimento sobre práticas de enfermagem forense dos enfermeiros que atuam em serviços
de emergência em Santa Catarina. Método: Trata-se de um estudo exploratório-descritivo,
com abordagem quanti-qualitativa. Desenvolvido com profissionais enfermeiros que atuam
em unidades de emergências nos hospitais do Estado de Santa Catarina. A coleta de dados se
deu por meio de um questionário online com questões referentes ao conhecimento dos
profissionais que atuam em unidades de emergência sobre a Enfermagem Forense, de forma
individualizada com o uso da ferramenta Google Forms®. Para a identificação e seleção dos
participantes, foram empregadas estratégias de divulgação da pesquisa especialmente por
meio de redes sociais, consideradas ferramentas fundamentais para identificação e captação
dos participantes. Os resultados foram armazenados e analisados na planilha Excel. Para
análise do conjunto textual utilizou-se como apoio o software Interface de R pour les
Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires (IRaMuTeQ). Todos os
aspectos éticos que regulamentam a pesquisa com seres humanos foram respeitados.
Resultados: Participaram do estudo 51 profissionais sendo 35 (68,6%), do sexo feminino e
16 (31,4%) do sexo masculino, com faixa etária entre 23 e 57 anos. Dentre os participantes,
18 afirmam realizar mais de dez atendimentos de vítimas de violência por mês, sendo as
intoxicações (envenenamento e/ou overdose), a situação clínica mais relatada (86,3%). Sobre
a formação extracurricular em Enfermagem Forense, 23 profissionais afirmam que nunca
tiveram conhecimento de formação na área. O score global de conhecimento dos
participantes variou entre 23 e 34 pontos, sendo a média 30 pontos (88,23%). Os dados
qualitativos inseridos no software IRaMuTeQ mostram que o corpus geral foi constituído por
51 textos, separados em 72 segmentos com aproveitamento de 70,83%. A incidência das
palavras mais utilizadas foram “polícia”, “médico”, “chamar”, “paciente” e “realizar”,
seguido de outras que surgiram de forma significativa, como ''Infecções Sexualmente
Transmissíveis”, “psicologia” e “boletim de ocorrência”. O corpus textual foi organizado em
dois subgrupos: Atendimento biopsicossocial à vítima de violência e Processo de
acionamento, notificação e coleta de vestígios. Conclusão: O estudo demonstra que os
participantes da pesquisa possuem um índice satisfatório de conhecimento sobre as situações
forenses, os tipos de vestígios e cuidados de enfermagem forense. Esse estudo possibilitou
identificar o conhecimento sobre as práticas em Enfermagem Forense dos participantes da
pesquisa e refletir acerca da recente área de especialização e seus conhecimentos necessários
para ampliação da prática profissional na atuação emergencista. |