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Introdução: a utilização da Realidade Virtual é considerada como um método barato e funcional para o manejo da dor e ansiedade em pacientes pediátricos em diferentes tipos de procedimentos e situações. Neste contexto, a Realidade Virtual pode ser uma importante ferramenta durante o Cateterismo Intravenoso Periférico em pediatria pois, sendo este um procedimento doloroso e desconfortável para as crianças, a Realidade Virtual proporciona uma distração. Objetivo: conhecer a percepção de crianças e seus acompanhantes quanto ao uso da realidade virtual tipo óculos durante o Cateterismo Intravenoso Periférico em uma Emergência Pediátrica. Metodologia: pesquisa do tipo descritiva, exploratória com abordagem qualitativa. Os participantes foram crianças e acompanhantes de uma emergência pediátrica de um Hospital Pediátrico, do Sul do Brasil, que atenderam aos critérios de inclusão. A coleta de dados se deu no período de julho a agosto de 2022, antes, durante e após o procedimento de Cateterismo Intravenoso Periférico utilizando óculos de realidade virtual, por entrevista semiestruturada à criança e ao acompanhante e observação do pesquisador com o uso das escalas Observation Scale of Behavioral Distress e Difficult Intravenous Access Score. Foi realizado o brinquedo terapêutico previamente, a fim de explicar o procedimento do cateterismo e o uso dos óculos. Os dados coletados foram transcritos e submetidos à Análise de Conteúdo de Minayo (2014), realizada através da análise dedutiva, partindo-se de categorias pré-estabelecidas: antes, durante e após o procedimento. Resultados: participaram 24 indivíduos, sendo 12 crianças e seus 12 acompanhantes. A maioria das crianças eram do sexo masculino, com faixa etária predominante de 4 anos. E, a maior parte dos acompanhantes foram as mães, seguidas pelos pais. Apenas seis das crianças entrevistadas já haviam sido submetidas ao procedimento de cateterismo intravenoso periférico, cujas experiências foram negativas segundo os acompanhantes. As crianças em sua maioria não sabia o motivo de estarem sendo submetidas ao procedimento e todas atribuem sentimentos negativos precedendo o mesmo. Quanto à Escala, sete crianças tiveram escore zero, três com escore de quatro e uma com escore de um. Durante o procedimento as reações das crianças foram variadas, desde choro, resmungos, membros rígidos e recusa física. Oito crianças não precisaram de contenção. Obteve-se sucesso na primeira tentativa em sete crianças. Apenas uma criança precisou tirar o óculos durante o procedimento. Todas as crianças referiram gostar de utilizar os óculos e os seus sentimentos foram positivos quando questionadas, dizendo que a realidade virtual ajudou a diminuir a dor, medo e ansiedade; dez crianças também deram nota dez para a tecnologia como método de distração e duas nota nove. Quanto aos acompanhantes, todos avaliaram positivamente a utilização dos óculos. Conclusão: a percepção da criança e seu acompanhante quanto ao uso da realidade virtual durante a cateterização intravenosa periférica foi positiva, indicando a possibilidade de seu uso na prática clínica pediátrica. |
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