Nefrotoxicidade relacionada à exposição crônica ao cádmio: Uma revisão de escopo

Abstract

O cádmio é um metal pesado altamente tóxico, que é amplamente utilizado na indústria, especialmente na galvanoplastia, produção de pigmentos e baterias de Li-Cd. Devido a reciclagem ineficiente de resíduos e produção de efluentes, ocorre a contaminação dos solos agrícolas e fontes de água. Os produtos alimentícios são responsáveis pela maior parte da exposição humana em indivíduos não-fumantes, em virtude dessa contaminação ambiental. A absorção ocorre em sua maioria pelos pulmões através da inalação de partículas contendo cádmio, principalmente a fumaça do cigarro. Pela via oral o cádmio compete com diversos metais essencias pela absorção intestinal, e ao entrar na corrente sanguínea chega aos rins geralmente na forma de um complexo Cd-MT (cádmio ligado a metalotioneína). Nos Túbulos proximais, o cádmio é responsável por diversos danos como estresse oxidativo mediado pela formação de espécies reativas de oxigênio (ERO), alteração das cascatas de sinalização e adesão celular, que acabam gerando uma série de eventos que culminam em apoptose, autofagia e necrose das células tubulares, que podem ser irreversíveis e progredir para uma insuficiência renal. Uma das formas de detecção desses danos renais, precoce e sensível é através da monitorização biológica, por meio de biomarcadores de efeito e exposição, sendo que os principais são as β2- microglobulinas (β2-m) e a N-acetil-β-D-glucosaminidase (NAG). O objetivo deste trabalho foi realizar um levantamento dos possíveis danos renais à exposição crônica ao cádmio, através de uma revisão de escopo, utilizando as bases de dados Pubmed e ScienceDirect. Diante do exposto, pode-se concluir que a exposição crônica ao cádmio está associada a danos renais devido ao potencial organoculmulativo desse metal e a grande afinidade pelos rins.