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As recomendações nacionais atuais, orientam que a dieta da população seja baseada no consumo de alimentos in natura e minimamente processados; que o consumo de alimentos processados seja limitado; e que os ultraprocessados sejam evitados. Contudo, o consumo de alimentos ultraprocessados tem sido crescente em todo o país, junto a uma redução significativa de alimentos in natura e minimamente processados quanto de ingredientes culinários. No caso de indivíduos com doença celíaca, o único tratamento disponível é o dietético, o qual é baseado em uma dieta isenta de glúten, o que pode comprometer a qualidade nutricional da dieta. Sabe-se que os produtos processados e ultraprocessados sem glúten, frequentemente, são formulados a partir de farinhas refinadas ou amidos, não enriquecidas/fortificadas, o que contribui para as inadequações nutricionais identificadas na dieta de celíacos. Entretanto, até esse momento, onde é do nosso conhecimento, nenhum estudo investigou o consumo alimentar de celíacos a partir da classificação NOVA. Diante disso, o objetivo do presente estudo foi investigar o consumo alimentar de indivíduos com Doença Celíaca (DC) de acordo com a classificação NOVA. Para essa finalidade, foi investigado o consumo alimentar de 33 indivíduos adultos e idosos, com doença celíaca, por meio de Registro Alimentar (RA) de 3 dias e realizada a avaliação do grau de processamento de todos os alimentos e preparações consumidas. Para tanto, todos os alimentos foram tabulados e classificados de acordo com a classificação NOVA, que classifica os alimentos segundo o grau de processamento em: (1) minimamente processado ou in natura, (2) ingrediente culinário, (3) processado e (4) ultraprocessados. Foi identificado que os alimentos in natura ou minimamente processados são a base da alimentação da amostra estudada (80,0%), porém, ainda assim, foi observado um consumo considerável de alimentos processados (18,3%), e, principalmente, de ultraprocessados (47,0%) nos lanches. Esses resultados reforçam a necessidade de intervenções e orientações nutricionais específicas para celíacos que possibilitem a substituição de alimentos processados e ultraprocessados por alimentos in natura e minimamente processados, principalmente nos lanches, em que o consumo de ultraprocessados foi maior. |
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