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Introdução: a saúde da criança segue sendo um desafio global. Os últimos 36 anos foram marcados pela redução da mortalidade infantil no Brasil; sendo o estado de Santa Catarina uma referência nacional neste aspecto. Objetivo: analisar as ações de saúde exitosas para a queda da mortalidade infantil, no estado catarinense, sob a perspectiva dos profissionais de saúde e gestores (1984-2020). Método: trata-se de uma pesquisa sócio-histórica com abordagem qualitativa, no período de 1984 a 2020, com resultados obtidos através da história oral temática, coletados no período de abril de 2020 a dezembro de 2021. Participaram deste estudo 23 profissionais das nove Macrorregiões de Saúde catarinenses, aposentados e ativos, que vivenciaram a implementação de estratégias, programas ou ações, voltados à saúde da criança e materno-infantil, de 1984 a 2020, em Santa Catarina. O recorte histórico foi determinado pela implementação do Programa de Assistência Integral à Saúde da Criança (1984) e segue até 2020, quando a pandemia causada pela Covid-19 atinge o Brasil. A análise dos dados foi realizada de acordo com a análise de conteúdo proposta por Minayo. Resultados: as fontes orais destacaram a atenção primária a saúde, imunização, qualificação da assistência gravídico-puerperal, programas de iniciativa municipal e ações de vigilância em saúde, como importantes estratégias que alavancaram a saúde da criança catarinense; enfatizaram também a relevância e déficit do trabalho em redes de atenção à saúde nesses meios. Além disso, os participantes elencaram a evolução nas esferas socioeconômicas e ambientais, como uns dos principais fatores contribuintes para o progresso na saúde materno-infantil no estado, tendo em vista a influência dos determinantes sociais na saúde da criança. Entretanto, apesar das expressivas melhorias observadas, ainda há obstáculos a serem ultrapassados, entre eles: a perpetuação das boas práticas; o aprimoramento do trabalho em redes de atenção à saúde; a ampliação do escopo do cuidado em saúde, considerando os determinantes sociais; as desigualdades regionais; e o déficit sanitário. Conclusão: o governo catarinense, juntamente com seus municípios, em 36 anos, buscou moldar e aperfeiçoar os aspectos econômicos, sociais, educacionais, estruturais e de saúde em seu território, como resultado obteve melhoria em seus indicadores de saúde, todavia, ainda existem desafios a serem superados. |
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