dc.description.abstract |
A falta de interesse e de entendimento real dos conteúdos ministrados na geografia escolar tem sido reivindicado como duas das explicações que aumentam o estranhamento de estudantes com os fenômenos geográficos que ocorrem ao seu redor. Por outro lado, a necessidade de um ensino contextualizado, que parta da realidade do educando para o mundo, e o considere como agente ativo do processo educativo, tem se mostrado algo essencial para a formação de um cidadão crítico e atuante politicamente. Diante desses dilemas, o presente trabalho apresenta uma análise em torno do ensino dos conteúdos e das temáticas que integram o campo da Geografia Física. As questões que orientam a pesquisa atendem às problemáticas de como a falta do entendimento real das temáticas físico-naturais no dia a dia do estudante tendem a transformar o conhecimento em sem sentido e não significativo, que apresentam uma dificuldade exacerbada, e por vezes, pode ser reduzida em exercícios de memorização, que rebatem diretamente no baixo rendimento e êxito em avaliações, e principalmente no resto da vida do educando. Neste aspecto, avaliou-se os 373 trabalhos submetidos e aprovados no Encontro Nacional de Prática de Ensino em Geografia - ENPEG, realizado em Campinas, no ano de 2019. Inicialmente, esses trabalhos foram assim submetidos a uma descrição quantitativa, que apontou a origem, formação e gênero dos(as) autores(as), o escopo e tipo de trabalho, a temática central e aspectos metodológicos, e o enfoque nas temáticas físico-naturais. Deste universo, foram identificados 34 trabalhos, agrupados exclusivamente para os temas do campo do Ensino de Geografia Física. Posteriormente, os 34 foram submetidos a uma análise qualitativa, dividida em dois níveis de abordagem. O primeiro, contemplou análise abrangente, que orientou os principais desafios para ensino de geografia física. O segundo nível garantiu a análise mais aprofundada de 5 dos trabalhos selecionados, tendo em vista a representatividade e o caráter propositivo para superação das dificuldades em sala de aula. Os resultados reiteram e reafirmam que o ensino da geografia física precisa ter como ponto de partida o estudante e suas vivências, e que os conceitos precisam ser exemplificados e contextualizados à realidade e ao cotidiano, por meio de atividades lúdicas, de observação, e experimentos. Observou-se também que os impactos da dicotomia sociedade e natureza podem ser um dos desafios mais fundamentais no escopo da geografia escolar. |
pt_BR |