A Geografia por trás das grades: a produção geográfica brasileira sobre espaços carcerários entre 2000 e 2020

Abstract

Partindo da compreensão da marginalidade na produção do conhecimento geográfico sobre as penitenciárias brasileiras e sobre os sujeitos privados de liberdade, torna-se primordial romper com estas invisibilidades, visando uma Geografia socialmente comprometida com a inclusão, com a pluralidade e com a manutenção e reivindicações dos direitos humanos. À luz de Massey (2008), busquei reconhecer as multiplicidades do espaço, abarcando, então, fraturas e dinamismos marginais à sociedade e à produção acadêmica. Este trabalho de conclusão de curso teve dois objetivos principais: i) traçar um panorama do sistema prisional brasileiro e esboçar o perfil da população carcerária, a partir de: faixa etária, grau de instrução, raça, distribuição por gênero dos crimes tentados/consumados e número total de filhos/as por detento(a), com base nos Levantamentos do INFOPEN 2010, 2014 e 2017; e ii) analisar o estado da arte dos espaços carcerários nos trabalhos acadêmicos geográficos produzidos no período de 2000 a 2020, localizados nos portais Scielo, Periódicos da CAPES, Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações e Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES, por meio de buscas por palavras-chave. Nas 32 publicações encontradas, analisei ano e tipo da publicação e a instituição vinculada. Na exposição dos resultados, teço análises a respeito da distribuição e da marginalidade desta produção. A partir de 14 publicações, investigo os sujeitos, os temas de pesquisa, os conceitos de espaço utilizados nestas em produções e como estas contribuem para o crescimento e fortalecimento da ciência geográfica.