Produção e qualidade de pastagem polifítica em sistema silvipastoril com núcleos em fase de implantação

Abstract

Os sistemas silvipastoris proporcionam diversos benefícios à produção animal através da implantação de árvores em meio a pastagem, favorecendo a sustentabilidade ao agroecossistema. Apesar disso, o sombreamento exercido sobre a pastagem pode afetar aspectos fisiológicos e, consequentemente, sua produção e qualidade. Sendo assim, este estudo avaliou os efeitos do Sistema Silvipastoril com Núcleos (SSPnúcleos) em 5% (SSPn5) e 10% (SSPn10) da área comparados a piquetes sem árvores (PSA) na produção e qualidade nutricional da pastagem sob sistema de Pastoreio Racional Voisin (PRV). A avaliação se deu por meio da coleta e análise de forragem em quatro períodos de rotação dos piquetes, no período de agosto de 2021 a março de 2022, antes da entrada dos animais nos piquetes conforme ponto ótimo de repouso. A pastagem coletada foi pesada e analisada para as variáveis de PB, FDN e FDA através da metodologia de espectroscopia de infravermelho próximo (NIR) e MS para estimar a produção de massa seca por hectare. O delineamento experimental utilizado foi em blocos (6) e a unidade experimental o piquete (6 por tratamento). As médias dos tratamentos foram submetidas a análise de variância e comparadas pelo teste de Tukey com nível de significância a 5%. Não foi observada diferença para as variáveis analisadas, com produção média de forragem 1240,2 kg de MS/ha-1, 8,34% de PB, 66,5% de FDN e 37,9% de FDA. Já o percentual de MS diferiu entre os tratamentos, com média de 31,7%. As áreas de entorno e internúcleo do tratamento SSPn5 não apresentaram diferença entre si, com médias de 32,0 e 33,4%, respectivamente. Essas médias foram semelhantes ao tratamento PSA e à área internúcleo do tratamento SSPn10, ambas com 31,9% de MS. Já o entorno dos núcleos do tratamento SSPn10, que apresentou 29,3% de MS, foi diferente estatisticamente das áreas do tratamento com 5% de nucleação, não apresentando diferença com os demais tratamentos analisados. Concluiu-se que a presença de núcleos arbóreos em fase inicial de implantação em 5 ou 10% da área não alterou a produção de forragem e sua qualidade.