Title:
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Efeito antiagregante de extratos brutos etanólicos de Cynara scolymus L., Citrus sinensis, Musa spp., Platonia insignis, Litchi chinensis, Mangifera indica, Nephelium lappaceum, Libidibia ferrea e Carica papaya. |
Abstract:
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A hemostasia é um mecanismo fisiológico que envolve o equilíbrio dinâmico entre os fatores pró-coagulantes e anticoagulantes. Um desequilíbrio da hemostasia a favor dos mecanismos pró-coagulantes pode resultar em eventos trombóticos. A geração de um trombo espontâneo na circulação arterial ou venosa está associada ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares, que representam a principal causa de óbito em todo o mundo. A morbimortalidade dessas doenças e de suas complicações constitui hoje um importante problema de saúde pública. Atualmente, existem diversas estratégias terapêuticas para evitar e prevenir os eventos tromboembólicos, como o uso de fármacos anticoagulantes e antiplaquetários, entretanto, esses medicamentos estão associados a muitos efeitos adversos e dificuldade de adesão. Nesse contexto, produtos de origem natural ainda hoje têm sido amplamente utilizados com o intuito de descobrir e desenvolver novas entidades farmacêuticas. Diante disso, este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito de extratos brutos provenientes de plantas sobre a agregação plaquetária. Foram testados os seguintes extratos etanólicos: extrato de alcachofra (EEAlc), extratos de laranja (EELi1, EELi2 e EELa3), extrato de banana (EEBn), extratos de bacuri (EEBc1 e EEBc2), extratos de lichia (EELi1 e EELi2), extrato de manga (EEMg), extratos de rambutan (EERb1 e EERb2), extrato de jucá (EEJc) e extrato de papaya (EEPp). Previamente à realização dos ensaios, as amostras de plasma rico em plaquetas foram incubadas por 5 minutos a 37 °C com os extratos brutos (800 µg/mL) ou dimetilsulfóxido 0,5% (controle). A ação sobre a agregação plaquetária foi avaliada por meio do método de turbidimetria, utilizando-se os agonistas difosfato de adenosina (ADP - 10 µM) ou epinefrina (5 µg/mL). Todos os extratos brutos inibiram de maneira significativa a agregação quando estimulados por ADP ou epinefrina, e os extratos EEAlc, EELi1, EELi2, EEBc2 e EERb1 foram considerados os mais promissores por inibirem de forma mais expressiva a agregação induzida por ambos os agonistas testados. Não foi possível determinar a CI50 do extrato de EELi1, no entanto, acredita-se que sua atividade esteja relacionada com a inibição da transdução de sinais pró-agregantes. A partir dos resultados obtidos, foi possível evidenciar o potencial que a flora brasileira representa para a produção de novos fármacos antiagregantes. |