Transição agroecológica e mulheres: um estudo bibliométrico a partir da revista Cadernos de Agroecologia da ABA

Abstract

A pesquisa tem como objetivo relacionar a presença de mulheres à transição agroecológica em seus sentidos, contextos e práticas sociais nas publicações sobre Transição Agroecológica (TA) na Cadernos de Agroecologia da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA-Agroecologia). Realizou-se estudo bibliométrico e revisão de literatura das publicações sobre transição agroecológica. A presença de mulheres autoras se dá de forma expressiva, são elas a maioria em 1ª autoria. A maior parte das autoras se concentra nas regiões Nordeste e Sudeste. Os dados mostraram que está em um crescente os estudos sobre TA publicados por mulheres localizadas na região Nordeste, assim como os estudos sobre mulheres e publicados unicamente por mulheres. A presença de instituições/órgãos públicos se dá principalmente na esfera do ensino/pesquisa/extensão, como política pública que se insere na dinâmica agroecológica de autonomia e transformação socioambiental e política. Os coletivos são diversos e contextualizados às dinâmicas que se inserem, fortalecendo a TA. Nos estudos que abordam a transição agroecológica, o principal objeto de observação social é a agricultura familiar em TA, seguida de agricultura assentada em TA. As publicações têm forte caráter de enfrentamento e a presença das mulheres o potencializa, especialmente no que tange à equidade de gênero. Há convergência dos sentidos da TA e o empoderamento das mulheres, onde uma apoia a outra, em uma relação essencial de motivação, revolução e envolvimento.

The research aims to relate the presence of women to the agroecological transition in its meanings, contexts and social practices in publications on Agroecological Transition (TA) in the Cadernos de Agroecologia of the Brazilian Association of Agroecology (ABA-Agroecology). A bibliometric study and literature review of publications on agroecological transition were carried out. The presence of female authors is significant, they are the majority in 1st authorship. Most authors focus on the Northeast and Southeast regions. The data showed that there is a growing number of studies on AT published by women located in the Northeast region, as well as studies on women and published solely by women. The presence of institutions/public bodies occurs mainly in the sphere of teaching/research/extension, as a public policy that is inserted in the agroecological dynamics of autonomy and socio-environmental and political transformation. The collectives are diverse and contextualized to the dynamics that are inserted, strengthening AT. In studies that address the agroecological transition, the main object of social observation is family farming in TA, followed by settled agriculture in TA. The publications have a strong character of confrontation and the presence of women enhances it, especially with regard to gender equity. There is a convergence of the meanings of AT and the empowerment of women, where one supports the other, in an essential relationship of motivation, revolution and involvement. Key-words: agroecology; genre; agroecological transition.