O retrato da superexploração da força de trabalho a partir da obra de Carolina Maria de Jesus

Abstract

O objetivo do presente trabalho é identificar os elementos que expressam a dinâmica da superexploração da força de trabalho no Brasil. Para tanto, toma-se como base a elaboração teórica de Ruy Mauro Marini acerca da superexploração da força de trabalho e realiza-se uma mediação com a obra de Carolina Maria de Jesus e com outros autores vinculados à teoria crítica marxista. Assim, são feitas mediação com as categorias da formação sócio-histórica brasileira: escravismo colonial, racismo, terra, memoricídio, e sexismo em diálogo com as obras: Diário de Bitita (1982) e “Quarto de Despejo: diário de uma favelada” (1960) de Carolina Maria de Jesus. A metodologia utilizada no trabalho foi um estudo de revisão bibliográfica em obras vinculadas à teoria social crítica. A pesquisa possui caráter qualitativo e utilizou de técnica de análise de conteúdo. Os resultados obtidos revelam como o diálogo entre a obra literária de Carolina Maria de Jesus com os autores críticos que pensam a formação sócio histórica brasileira, produz elementos que propiciam compreender com maior profundidade a dinâmica da questão social e da luta de classes no Brasil, a partir do retrato da superexploração da força de trabalho enquanto particularidade da relação entre capital e trabalho no capitalismo dependente.