Efeito da ativação ultrassônica do cimento obturador na resistência de união à dentina irradiada

Abstract

O objetivo do presente estudo in vitro foi avaliar o efeito da ativação ultrassônica do cimento endodôntico na resistência de união em dentina irradiada. Quarenta dentes humanos foram distribuídos aleatoriamente em 4 grupos (n=10), de acordo com a exposição à radiação ionizante (70 Gy) e a ativação ultrassônica do cimento obturador, a saber: RT/AU - dentes irradiados e ativação ultrassônica do cimento obturador; RT/sem AU - dentes irradiados e sem ativação ultrassônica do cimento; Sem RT/AU - dentes não irradiados e ativação ultrassônica do cimento e Sem RT/sem AU - dentes não irradiados e sem ativação ultrassônica do cimento. A resistência de união push-out do cimento obturador à dentina intrarradicular foi realizada em Máquina Universal de Ensaios (Instron) (0,5 mm/min). Os padrões de falha e a interface adesiva foram analisadas em MEV. Os dados obtidos foram comparados estatisticamente (push-out - two-way-ANOVA e teste post-hoc de Games-Howell; padrão de falha - teste exato de Fisher - α=0,05). As diferentes condições experimentais (irradiação e ativação ultrassônica) e o terço radicular tiveram efeito significativo na resistência de união push-out, e a interação desses fatores foi significativa (p<0,05). A ativação ultrassônica do cimento aumentou significativamente a resistência de união nas amostras irradiadas e não-irradiadas (p<0,05). Os grupos irradiados apresentaram em sua maioria falha do tipo adesiva do material obturador (p<0,01). Independentemente da condição experimental (radiação), os grupos ativados apresentaram prolongamento mais numerosos, em maior densidade e profundidade, e interface adesiva mais integra e homogênea. A ativação ultrassônica aumentou a penetração intratubular, e consequentemente, a resistência de união do cimento obturador à dentina intrarradicular irradiada e não-irradiada.

Aim: The purpose of the present in vitro study was to evaluate the effect of ultrasonic activation of the root canal sealer on its bond strength to irradiated dentine. Materials and methods: Forty human teeth were randomly distributed into 4 groups (n=10), according to exposure to ionizing radiation (70 Gy) and ultrasonic activation of the sealer, as follows: RT/UA - irradiated teeth and ultrasonic activation of the sealer; RT/no-UA - irradiated teeth and no ultrasonic activation of the sealer; no-RT/UA - non-irradiated teeth and ultrasonic activation of the sealer and no-RT/no-UA - non-irradiated teeth and no ultrasonic activation of the sealer. The push-out bond strength of the sealer to the intraradicular dentine was performed in a Universal Testing Machine (Instron) (0.5 mm/min). Failure modes and adhesive interface were analyzed under Scanning Electron Microscopy (SEM). The data were statistically compared (push-out - two-way-ANOVA and posthoc Games-Howell test; failure mode - Fisher's exact test - α = .05). Results: The different experimental conditions (radiation and ultrasonic activation) and the root third had a significant effect on the push-out bond strength, and the interaction of these factors was significant (p < .05). The ultrasonic activation of the sealer significantly increased its bond strength to both irradiated and non-irradiated dentine (p < .05). The irradiated groups mostly presented adhesive-type failure of the sealer (p < .01). Regardless of the experimental condition (radiation), the activated groups showed a more homogeneous adhesive interface to the root canal dentine, with the presence of sealer tags in greater density and depth. Conclusions: Ultrasonic activation increased intratubular penetration and, consequently, the bond strength of the sealer to irradiated and non-irradiated intraradicular dentine.