O lugar da autogestão na universidade pública a partir de uma análise nas atividades acadêmicas e administrativas da UFSC

Abstract

No âmbito desse trabalho a autogestão é a luta pela desburocratização e democratização das organizações. A autogestão aparece como uma proposta de emancipação dos trabalhadores na medida em que esses conseguem, sem a presença da hierarquia, exteriorizar suas personalidades e aptidões profissionais. No trabalho autogestionário, o profissional passa do estado de trabalhador alienado para um enriquecido, autônomo, no qual o mesmo passa a ser responsável pela sua produção. Dessa forma, essa pesquisa teve como objetivo analisar como ocorrem as atividades acadêmicas e administrativas na Universidade Federal de Santa Catarina com o propósito de verificar a existência de características da autogestão. Para a realização de tal estudo foram utilizadas como amostras dois Centros de Ensino da UFSC. A natureza da pesquisa foi aplicada, e classificou-se como qualitativa. Quanto aos fins, foi de caráter exploratório, e quanto aos meios, tratou-se de um estudo de caso. Quanto aos instrumentos de coleta de dados, foram utilizados além da pesquisa bibliográfica e documental, entrevistas, observação não participante e grupo focal. A análise dos dados se deu por meio da análise de conteúdo. A partir dos resultados da pesquisa, verificou-se a presença de práticas autogestionárias no cotidiano docente em função das características do modelo participativo que rege a categoria. Já em relação aos servidores técnicos administrativos, esses são regidos predominantemente pelo modelo burocrático, o qual dificulta a criação de espaço para práticas autogestionárias. No entanto, foi possível identificar algumas atividades sendo realizadas de forma autônoma nessa categoria, caracterizando a existência de uma autonomia relativa. Outros resultados relacionados à pesquisa foram: em relação aos STAES, ausência de participação em ambientes propícios para tal e falta de motivação para qualificação. Quanto aos docentes e STAES, foram identificados falta de interesse em assumir cargos de gestão e também em possuir maior autonomia sobre as decisões organizacionais.

Abstract: In the scope of this work, self-management is the struggle for the reduction of bureaucracy and democratization of organizations. Self-management appears as a proposal for the emancipation of workers insofar as they are able, without the presence of hierarchy, to externalize their personalities and professional skills. In self-managed work, the professional passes from the state of an alienated worker to an enriched, autonomous one, in which he becomes responsible for his production. Thus, this research aimed to investigate how academic and administrative activities occur at the Federal University of Santa Catarina in order to verify the existence of self-management characteristics. To carry out this study, two UFSC Teaching Centers were used as samples. The nature of the research was applied, and it was classified as qualitative. As for the ends, it was exploratory, and as for the means, it was a case study. As for data collection instruments, in addition to bibliographic and documentary research, interviews, non-participant observation and focus group were used. Data analysis took place through content analysis. Based on the results of the research, the presence of self-management practices in the teaching routine was verified due to the characteristics of the participatory model that governs the category. In relation to administrative technicians, these are predominantly governed by the bureaucratic model, which makes it difficult to create space for self-management practices. However, it was possible to identify some activities being carried out autonomously in this category, characterizing the existence of a relative autonomy. Other results related to the research were: in relation to STAES, lack of participation in favorable environments and lack of motivation for qualification. As for professors and STAES, a lack of interest in assuming management positions and also in having greater autonomy over organizational decisions was identified.